A equipe de analistas do BTG Pactual revisou nesta segunda-feira (28) suas projeções para a WEG (WEGE3) após a divulgação dos resultados do segundo trimestre e calculou o risco da exposição da companhia às tarifas dos Estados Unidos.
As novas estimativas indicam corte de 7,2% no lucro esperado para 2025 e de 8,6% para 2026. A revisão leva em conta a desaceleração do crescimento, atualizações macroeconômicas (como câmbio e juros) e riscos comerciais com os Estados Unidos.
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Desde a divulgação do balanço, as ações WEGE3 mantiveram o padrão dos últimos quatro trimestres e despencaram. Desta vez, a queda acumulada foi de 12%, em meio à frustração com o crescimento orgânico de 6,4% no trimestre, abaixo do ritmo histórico.
Mesmo com margens acima do esperado, o desempenho reforçou a cautela de investidores quanto à trajetória de curto prazo.
BTG também cortou projeção de receita e lucros
O BTG também revisou para baixo a previsão de crescimento da receita bruta da companhia, agora estimada em 13% para 2024 e 11% para 2025 — ante patamares anteriores entre 15% e 18% ao ano.
Por outro lado, a margem EBITDA (indicador de eficiência operacional) segue em destaque positivo, com projeção entre 22% e 22,5% para os próximos trimestres.
No lucro líquido, a estimativa para 2025 passou a ser de R$ 6,5 bilhões, e para 2026, de R$ 7,5 bilhões. A valorização do dólar pode mudar esse cenário: com o câmbio a R$ 6, o lucro projetado para 2026 subiria para R$ 8,3 bilhões, segundo as simulações do banco.
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Tarifa dos EUA pode impactar receita e Ebitda da WEG
A entrada das tarifas em vigor na próxima sexta-feira (1º) é um dos principais riscos no horizonte da empresa, e se confirmada, pode representar um impacto de R$ 1,2 bilhão no EBITDA da WEG em 2025 — cerca de 12% do total projetado para o ano.
O cálculo considera que os EUA representam 80% da receita da WEG na América do Norte, e que um terço dessa receita vem diretamente de exportações brasileiras. O segmento mais exposto seria o de motores de baixa tensão, que sozinho pode sofrer perda de até R$ 809 milhões.
Entre as medidas paliativas projetadas pelo BTG estão: possível transferência da produção para o México (aproveitando a proteção do USMCA) ou expansão da produção da Marathon nos EUA — mas isso demandaria mais tempo.
Crescimento segue incerto
Segundo o relatório, diversos fatores explicam o crescimento mais fraco: ausência de novos projetos eólicos no Brasil, capacidade esgotada de produção no exterior e incertezas comerciais nos EUA, que levaram clientes a adiarem pedidos.
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O BTG reconhece avenidas futuras de crescimento, como mobilidade elétrica e sistemas de armazenamento de energia, mas avalia que a visibilidade ainda é limitada. A nova postura dos analistas é mais conservadora para 2024 e 2025.
WEG tem valuation atrativo, mas sem catalisadores claros
Apesar da queda acumulada de 31% das ações em 2025 e do valuation atual (23 vezes o lucro estimado para 2025), o BTG evita adotar uma visão otimista no curto prazo. Para os analistas, ainda não há sinais claros que justifiquem uma expansão de múltiplos.
A WEG continua negociando com prêmio frente a outras grandes empresas brasileiras, o que exige uma perspectiva de crescimento mais robusta. A equipe do banco ressalta que, mesmo com fundamentos sólidos, os desafios conjunturais ainda limitam o potencial de valorização das ações.