Na super quarta (30) desta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir para decidir sobre a taxa Selic. A expectativa majoritária do mercado, é de manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano, e os investidores aguardam pelo tom do comunicado.
Na reunião anterior, realizada em junho, o Copom elevou a Selic em 0,25 ponto percentual e sinalizou que poderia interromper o ciclo de alta, desde que o cenário esperado se confirmasse. O comitê indicou ainda que manteria a taxa em 15% por tempo suficiente para garantir a convergência da inflação à meta.
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BC deve manter juros alta por período prolongado
No último comunicado, o Copom avaliaria os impactos acumulados dos aumentos anteriores, ainda não totalmente observados, antes de qualquer nova decisão. O comitê também afirmou que seguirá vigilante e não hesitará em retomar os ajustes caso necessário.
O Banco Daycoval reforça essa perspectiva, apontando que o Banco Central deve comunicar a manutenção da Selic em 15% nesta reunião e só iniciaria um ciclo de flexibilização, isto é, cortes nos juros, no início de 2026.
Inflação de 2026 continua acima da meta
A projeção de inflação para 2026, horizonte relevante para as decisões do Copom, está em 3,6%, acima da meta de 3%. Essa estimativa foi mantida mesmo após atualização com dados mais recentes, o que justifica a continuidade da política monetária restritiva.
O comitê deve continuar enfatizando os efeitos defasados da política de juros, ou seja, o tempo entre a alta dos juros e seu impacto efetivo na inflação.
Embora os dados mais recentes sobre inflação, atividade econômica e expectativas estejam evoluindo positivamente, o Copom entende que ainda não são suficientes para alterar sua estratégia.
Guerra tarifária com EUA aumenta incertezas sobre juros
A recente escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e Brasil adiciona um novo elemento de risco. O governo dos EUA aplicará uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, o que pode intensificar a desaceleração da atividade econômica já em curso no país.
Na avaliação do Daycoval, os impactos inflacionários das tarifas devem ser limitados e de viés baixista. No entanto, os riscos aumentaram.
Segundo o banco, o balanço de riscos do Copom deve permanecer inalterado, mas com ênfase adicional na incerteza gerada pela guerra tarifária, reforçando a postura cautelosa da autoridade monetária.
Analistas destacam postura defensiva do investidor
Para Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, o mercado já precificou a manutenção da Selic, e qualquer movimento fora disso seria surpresa.
“O novo elemento são as tarifas dos EUA. O mercado ainda busca entender como o Banco Central vai interpretar esse cenário”, afirmou.
Mariana Pulegio, assessora da WIT Invest, também chama atenção para o ambiente de incerteza. “Vemos os juros futuros no Brasil recuando, o que traz algum alívio, mas a tensão comercial entre Brasil e EUA adiciona uma dose de cautela ao mercado. O investidor está esperando os próximos passos do Copom e do Fed, sem perder de vista os ruídos políticos e o cenário externo”, completa.
Setores que devem ser impactados pela Selic
Com a Selic mantida e um Fed menos agressivo, setores ligados ao consumo interno, como varejo e construção civil, podem ganhar tração.
Já os setores exportadores, como commodities e agro, estão mais expostos aos riscos das tarifas dos EUA e à oscilação cambial. Por outro lado, setores como o financeiro, com perfil mais conservador, tendem a se beneficiar de uma Selic elevada por mais tempo.
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Como o investidor deve se posicionar
Segundo Mariana Pulegio, o momento exige diversificação de portfólio. A renda fixa continua atrativa com a Selic alta, especialmente os títulos pós-fixados e atrelados ao IPCA. Mas, caso o Fed comece a sinalizar cortes de juros, a bolsa brasileira pode se valorizar, já que aumenta o apetite por risco nos mercados emergentes.
A recomendação é combinar ativos: renda fixa para segurança, bolsa para oportunidades e uma parcela em ativos dolarizados ou fundos cambiais como proteção contra oscilações externas.