Diante do aumento da inflação global, a tendência é de alta de juros no mercado global. Segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Bruno Serra Fernandes, é provável que a taxa básica de juros (Selic) suba “até quanto for necessário” e “todos estão dispostos a pagar um preço maior para ter uma inflação menor”.
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“Vemos esse movimento de inflação implícita bem acima do padrão histórico também nos Estados Unidos e na Europa. Todos estão dispostos a pagar um preço maior para ter uma inflação menor”, disse o diretor em um evento organizado pelo Goldman Sachs nesta segunda-feira (16), segundo publicado pelo jornal Correio Braziliense.
O diretor vê a entrega da taxa de inflação dentro da meta como um desafio que exige saber calibrar a alta dos juros. Em sua visão, o Copom pode seguir dois caminhos para controlar o aumento dos preços; subir o juros para um pico maior ou adiar o ciclo de baixa.
Entretanto, explica que “o cenário piorou e foi necessário estender o ciclo. E o tempo dirá se saberemos alongar o período de manutenção do juro alto a fim de entregar a inflação na meta. Mas ela (a decisão) precisa ser razoável, porque o risco de desaceleração é crescente. E esse é o desafio pela frente”, afirmou.
O diretor reforçou que o Comitê de Política Monetária (Copom) trabalha com a meta de inflação em 2023 e que a meta atual (3,5%) foi superada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, acumulando um aumento esperado de 4,29% para o primeiro quadrimestre.
Fernandes reforçou que “estamos sendo cobrados para fazer o nosso trabalho, cumprir o nosso mandato. E não temos receio de persegui-lo.”
Fernandes frisou que, para o próximo semestre de 2022, a tendência é de desaceleração. “O lag da política monetária vai começar a atuar no segundo semestre”. A taxa Selic passou para o nível contracionista em novembro de 2021 e portanto “vamos ver a Selic impactando a atividade” apenas partir de agosto deste ano.
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“O ambiente é bastante incerto e a palavra cautela aparece com muita frequência nos comunicados do Banco Central. A minha preferência é sempre a mesma flutuação da taxa básica, porque uma taxa mais estável por mais tempo é melhor. Mas nem sempre isso é possível”, disse o diretor.
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil









