O setor privado dos Estados Unidos (EUA) criou 104 mil vagas de emprego em julho, superando as projeções do mercado, que esperava a criação de apenas 75 mil vagas, conforme relatório ADP, divulgado nesta quarta-feira (30).
O resultado também reverte a perda de postos registrada no mês anterior. A leitura revisada de junho apontou um recuo de 23 mil vagas, ante uma queda de 33 mil divulgada anteriormente.
Segundo a economista-chefe da ADP, Nela Richardson, os números são “indicativos de uma economia saudável”, com otimismo por parte dos empregadores diante da resiliência dos consumidores, que representam o principal motor da atividade econômica nos EUA.
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William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, avalia que “embora o ritmo de contratações esteja bem abaixo do registrado no ano passado, o total de junho foi o melhor desde março e consistente com um cenário de empregos em desaceleração, mas ainda bastante vibrante”.
Contratações por setor e porte de empresas nos EUA
A abertura de vagas de emprego em julho foi puxada principalmente pelos setores de lazer e hospitalidade, que adicionaram 46 mil novas vagas. Em seguida os seguintes setores tiveram destaque:
- Atividades financeiras: +28 mil
- Comércio, transporte e serviços públicos: +18 mil
- Construção: +15 mil
Na outra ponta, o setor de educação e serviços de saúde registrou a maior perda: 38 mil postos foram eliminados.
Por tamanho de empresa, médias empresas (50 a 499 funcionários) aumentaram 46 mil vagas; enquanto as grandes empresas (500 ou mais funcionários) aumentaram 46 mil e as pequenas empresas (menos de 50 funcionários) ofereceram 12 mil no período.
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Mercado de trabalho dá sinais de crescimento
Em julho, os salários aumentaram a um ritmo anual de 4,4%, praticamente em linha com as tendências recentes.
Alves enfatiza que depois dos números fracos reportados no último relatório, o qual destoou das tendências previamente observadas, o relatório ADP deste mês voltou a corroborar ao cenário de uma economia que segue crescendo e a um mercado de trabalho saudável, que segue criando empregos a uma taxa condizente com um crescimento de PIB próximo à taxa de 2%.
Como reflexo, os dados influenciam diretamente os mercados: “Os índices acionários operam em território positivo, os yields dos títulos de dívida sobem e o índice dólar se valoriza levemente (DXY) e contra o Real a moeda americana também sobe de forma moderada para R$ 5,58”, complementa.
Segundo o estrategista, a resiliência do mercado de trabalho tende a enfraquecer as apostas de cortes de juros no curto prazo, fortalecer o dólar e sustentar o bom momento do mercado de ações.