O dólar fechou esta quinta-feira (31) em alta de 0,21% frente ao real, a R$ 5,60. Com a alta, a moeda americana acumulou valorização de 3,07% sobre o real em julho, pior resultado desde novembro de 2024.
O movimento foi impulsionado pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que reforçaram a percepção de que os juros nos Estados Unidos devem permanecer elevados por mais tempo.
Powell afirmou que não há decisão sobre a reunião de setembro, mas o tom foi considerado mais hawkish (duro) pelo mercado, fortalecendo o dólar globalmente. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a outras moedas, chegou a tocar 100 pontos no intraday, pela primeira vez desde maio.
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Além do impacto externo, houve saída de capital estrangeiro do Brasil. Operadores apontam que a piora da dinâmica da dívida pública e a tensão política com os Estados Unidos — após a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes — também pesaram no câmbio.
Segundo relatório do Bradesco, a dívida bruta do governo geral subiu para 76,6% do PIB em junho, enquanto a dívida líquida atingiu 62,9%. Esse movimento sinaliza maior risco fiscal, desestimulando investidores.
Outro ponto de cautela foi o anúncio do aumento de tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida que deve vigorar a partir de 6 de agosto. Apesar de uma lista de exceções, os itens tarifados incluem produtos estratégicos para a balança comercial brasileira.
Além disso, a queda das commodities, que são importantes para as exportações do país, contribuiu para a pressão sobre o real.
Cenário político e pesquisas
Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg mostrou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu para 50,2%, superando a desaprovação pela primeira vez em 2025. O levantamento também indica liderança de Lula em cenários eleitorais de 2026.
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