O dólar fechou esta sexta-feira (1) em queda de 0,99% frente ao real, a R$ 5,54. A desvalorização foi influenciada por dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos e aumento da expectativa de cortes nos juros americanos.
O relatório de empregos dos EUA (payroll) registrou a criação de 73 mil vagas em julho, abaixo da previsão de 110 mil. A taxa de desemprego subiu para 4,2%. Dados complementares, como o índice PMI industrial do ISM, investimentos em construção e sentimento do consumidor, também vieram fracos.
Com isso, investidores reforçaram apostas de que o Federal Reserve (Fed) iniciará seu ciclo de cortes de juros em setembro. A plataforma do CME Group indica probabilidade acima de 90% para essa redução. O mercado também precifica cortes acumulados de 75 pontos-base em 2025.
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Investidores também ficaram atentos a possíveis negociações comerciais entre Estados Unidos e Brasil, embora o tema permaneça em segundo plano diante do foco na política monetária americana.
Carry trade favorece real
A expectativa de juros mais baixos nos EUA, somada à manutenção da Selic em 15% ao ano, aumenta a atratividade do Brasil para operações de carry trade — estratégia em que investidores buscam lucros no diferencial de juros entre países.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Bruno Yamashita, analista da Avenue, disse que a postura do Copom de manter juros elevados por mais tempo amplia esse diferencial e tende a favorecer o real frente ao dólar.
Fluxo para emergentes e cenário político
Há relatos de maior fluxo para mercados emergentes, com destaque para o Brasil. O índice DXY, que mede o dólar frente a seis moedas fortes, recuava 1,20%, a 98,772 pontos por volta das 17h.
O cenário foi reforçado por instabilidade no Fed após a renúncia da diretora Adriana Kugler, que deixa o cargo em 8 de agosto. A saída abre espaço para uma nova indicação do presidente Donald Trump, que pressiona por cortes nos juros.
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Trump também determinou a demissão da comissária de Estatísticas do Trabalho, Erika McEntarfer, acusando manipulação nos dados para prejudicar seu governo.