O BTG Pactual realizou quatro alterações na Carteira Recomendada 10SIM (10 melhores ações) para agosto nesta segunda-feira (4). Foram incluídas Sabesp, Motiva, Vibra Energia e Multiplan, substituindo Copel, Rumo, Cosan e Cyrela.
O objetivo do banco é reduzir a exposição a ativos com maior volatilidade, principalmente em um contexto de incerteza política no Brasil, a 15 meses das eleições, e expectativa de desaceleração econômica no segundo semestre de 2025.
Segundo os analistas, esse cenário é impactado por juros altos — atualmente em 15% ao ano — e pelo impasse tarifário entre Estados Unidos e Brasil.
A seleção para este mês contém as seguintes empresas:
- Itaú (ITUB4) com 10%;
- Nubank (ROXO34) com 10%;
- Sabesp (SBSP3) com 10%;
- Rede D’Or (RDOR3) com 10%;
- Equatorial (EQTL3) com 10%;
- PRIO (PRIO3) com 10%;
- Motiva (MOTV3) com 10%;
- Vibra Energia (VBBR3) com 10%;
- Smart Fit (SMFT3) com 10%;
- Multiplan (MULT3) com 10%.

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Mudanças na Carteira Recomendada
O BTG anunciou ajustes em sua carteira recomendada 10SIM, reduzindo a exposição a ativos com maior volatilidade. A decisão ocorre em um contexto de incerteza política no Brasil, a 15 meses das eleições, e expectativa de desaceleração econômica no segundo semestre de 2025.
Segundo o banco, o cenário é impactado por juros elevados e pelo impasse tarifário entre Estados Unidos e Brasil. Esse ambiente pode ter reduzido o apetite dos investidores por ativos brasileiros no curto prazo.
A exposição ao setor de serviços básicos foi mantida em 20%, mas com alteração de nomes: a Copel sai e a Sabesp entra. O banco destacou a reestruturação da companhia após a privatização, resultados trimestrais consistentes e taxa interna de retorno (TIR) real estimada em 10%.
No setor de infraestrutura e imobiliário, que continua representando 20% da carteira, Rumo e Cyrela foram substituídas por Motiva (TIR real de 12%) e Multiplan (TIR real de 10%).
A distribuidora de combustíveis Vibra também foi incluída, substituindo a Cosan. O BTG vê a Vibra negociada com um free cash flow to equity (FCFE) de 23% para 2025/2026, com perspectiva positiva para os lucros no segundo semestre.
Desempenho da Carteira Recomendada do BTG Pactual
Em julho, a Carteira Recomendada 10SIM teve queda de 7,9%, ficando abaixo do Ibovespa (-4,2%), principal índice da Bolsa brasileira, e do índice IBrX-50 (-3,9%). Veja abaixo:
Em 2025, o portfólio acumula alta de 12,3%, se mantendo acima do Ibovespa (10,6%) e do IBX-50 (9,3%). A taxa do CDI subiu 7,8% no período.
Desde a gestão iniciada por Carlos E. Sequeira em 2009, a carteira registra um ganho acumulado de 431,1%, superando a valorização do Ibovespa (116,3%) e do IBrX-50 (157,3%).

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Investidores estrangeiros retiram R$ 6,3 bilhões da B3
Após o anúncio do governo dos EUA sobre a aplicação de tarifas adicionais às exportações brasileiras, investidores estrangeiros retiraram R$ 6,3 bilhões da B3 em julho. Somando vendas no mercado à vista e em contratos futuros de índices, o montante negociado pelos estrangeiros chegou a R$ 10 bilhões no mês.
Esse movimento interrompeu uma sequência de entradas líquidas observada no primeiro semestre, quando os estrangeiros injetaram R$ 26,4 bilhões no mercado acionário brasileiro.
Mesmo com a saída de estrangeiros em julho, o saldo acumulado no ano segue positivo em R$ 20,5 bilhões, após forte entrada no segundo trimestre. No entanto, a alocação global tende a cair no curto prazo.
Nos fundos locais, as saídas somaram R$ 4,8 bilhões em julho, abaixo da média de R$ 8,6 bilhões registrada no início do ano. A redução do ritmo de resgates pode indicar desaceleração das retiradas, especialmente com expectativa de cortes nos juros a partir de 2026.
Impacto das tarifas de Trump na economia brasileira
As tarifas impostas pelo governo Trump foram justificadas por motivos políticos. A administração norte-americana alega que o Brasil aplicou restrições que afetam empresas de tecnologia dos EUA e critica o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O aumento tarifário começa a valer a partir desta quarta-feira (6), mas cerca de 650 produtos foram isentos, reduzindo o impacto sobre as exportações. Ainda assim, itens como café, carne, etanol, açúcar, frutas e materiais elétricos terão tarifas mais altas.
Com isso, a tarifa média sobre exportações brasileiras para os EUA passará de 1,3% em 2024 para 28,5% em 2025. A expectativa é que o superávit comercial brasileiro caia em US$ 5 bilhões no próximo ano e US$ 10 bilhões em 2026.
Apesar disso, analistas avaliam que o efeito direto na economia será limitado, pois os EUA representam somente 12% das exportações brasileiras, equivalentes a 1,8% do PIB.
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Cenário político
Embora o impacto econômico seja restrito, as tarifas podem influenciar o cenário político. Pesquisas recentes indicam aumento na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou duramente as medidas americanas. A aprovação subiu de 39% para 42% em julho.
Analistas acreditam que a reação pode fortalecer Lula para as eleições de 2026, especialmente diante da indefinição sobre o candidato da oposição e do possível papel do ex-presidente Jair Bolsonaro na escolha.