As cotações da soja e do milho registraram forte queda nesta terça-feira (5), pressionadas pelo aumento da oferta global das commodities agrícolas. Nos Estados Unidos, as condições das lavouras estão favoráveis, indicando uma safra robusta. Isso se soma à ampla disponibilidade de grãos da América do Sul, ampliando a pressão sobre os preços internacionais.
Com a maior oferta, os contratos futuros da soja para novembro voltaram a operar abaixo dos US$ 10 por bushel, fechando em US$ 9,90. Para comparação, nas décadas de 1980 e 1990, a commodity oscilava entre US$ 8,50 e US$ 9,50, mas com custos de produção significativamente menores que os atuais.
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A análise é de Guto Gioielli, analista e fundador do Portal das Commodities. Em vídeo, ele analisa o preço das principais commodities do mercado. Veja a análise na íntegra:
Boi gordo sofre com possível taxação da China
No mercado de boi gordo, os preços recuaram diante da possibilidade de a China adotar tarifas sobre a carne bovina brasileira. O país asiático estuda a medida para reduzir custos de importação, o que pode forçar uma queda nos preços internos para manter a competitividade.
Atualmente, parte da carne destinada aos Estados Unidos está sendo direcionada para outros mercados, incluindo a própria China. Caso as tarifas sejam confirmadas, frigoríficos brasileiros terão de ajustar preços para evitar perda de mercado.
Café sobe com restrição de exportações
Enquanto grãos e proteínas caíram, o café arábica apresentou recuperação após dois dias de queda, embora sem romper o patamar de US$ 300 por libra-peso nos contratos mais curtos. A alta foi impulsionada por restrições nas exportações brasileiras para os Estados Unidos, que respondem por 16% das compras de café arábica do Brasil.
Com a redução da oferta brasileira para o mercado americano, compradores buscam outros fornecedores, elevando os preços internacionais. Esse cenário pode gerar volatilidade nas próximas sessões.
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Milho realiza lucros após sequência de altas
O milho também encerrou em baixa, após quatro semanas de valorização. O movimento indica realização de lucros e ajustes diante da perspectiva de maior oferta global, similar à situação da soja.
Petróleo segue em queda
O petróleo manteve tendência de baixa após correção dos preços, refletindo expectativas de enfraquecimento da demanda global. A commodity opera próxima à faixa de US$ 65 por barril, um nível considerado relevante para suportes técnicos.