O Grupo Pão de Açúcar (GPA) registrou prejuízo líquido de R$ 176 milhões no segundo trimestre, considerando operações continuadas. O resultado representa melhora de 35,5% em relação à perda de R$ 272 milhões do mesmo período de 2024.
Segundo o CEO Marcelo Pimentel, a redução no prejuízo é consequência da estratégia de reestruturação, que prioriza o fortalecimento das bandeiras premium e a expansão do e-commerce.
O canal digital respondeu por 13% da receita total e avançou 16,3% no trimestre. A companhia também aposta na digitalização das lojas de proximidade e em novos modelos de entrega rápida, com prazo de até 1h30.
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O Ebitda ajustado atingiu R$ 420 milhões, alta de 6,1% na comparação anual, com margem de 9%. Já a margem bruta recuou levemente para 27,4%, ante 28,2% no mesmo período de 2024.
A receita líquida subiu 4,2%, para R$ 4,6 bilhões. O crescimento foi impulsionado pelas lojas Pão de Açúcar, que registraram alta de 6,5% em vendas mesmas lojas (same store sales), e pelo avanço de 16,8% no formato de proximidade.
Excluindo o efeito do feriado da Páscoa no trimestre, o crescimento do indicador SSS foi de 5,1%.
Plano de expansão perde ritmo
O GPA abriu nove lojas e fechou dez no trimestre, incluindo seis unidades Mini Extra. Desde 2022, a empresa inaugurou 213 lojas, sendo 177 do formato de proximidade.
A companhia não divulgará mais projeções de abertura de lojas. Segundo Pimentel, a decisão se deve ao avanço já realizado no plano — 213 das 300 unidades previstas foram abertas — e a um cenário macroeconômico mais desafiador, com juros elevados.
“Não vamos abrir lojas a qualquer custo”, afirmou o CEO.
Citi vê pressão de margens no 2º trimestre
Segundo análise do Citi, o resultado veio em linha com as expectativas do mercado e reflete, principalmente, as despesas financeiras elevadas decorrentes da alta alavancagem da companhia.
A margem bruta recuou 80 pontos-base, para 27,4%, ficando abaixo da projeção do mercado. Segundo o Citi, a maior concorrência e a demanda enfraquecida levaram o GPA a adotar preços mais agressivos, pressionando as margens.
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A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses, subiu para 3 vezes, acima das 2,8 vezes registradas no primeiro trimestre. Esse fator continua a gerar despesas financeiras elevadas, impactando o resultado líquido.
O Citi manteve recomendação neutra para as ações do GPA, com preço-alvo de R$ 3,40. O valor indica um potencial de valorização de 0,6% em relação ao último fechamento.