A Eletrobras (ELET3; ELET6) reportou prejuízo líquido de R$ 1,325 bilhão no segundo trimestre deste ano, revertendo lucro líquido de R$ 1,743 bilhão na comparação anual. Entre os impactos, está um ajuste de R$ 3,4 bilhões pela mudança no fluxo de pagamentos às transmissoras de energia do grupo.
Por outro lado, os números ajustados — que excluem efeitos não recorrentes e extraordinários — apontaram para um lucro de R$ 1,47 bilhão (alta de 43,3%).
Após o balanço divulgado nesta quarta-feira (6), a companhia anunciou que o conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 4 bilhões em dividendos intermediários. As ações serão negociadas ex-dividendos a partir de 15 de agosto e o pagamento será em 5 de setembro.
- Fale agora com a Clara, nossa atendente virtual, e tire suas dúvidas sobre investimentos e imóveis: Iniciar conversa
Para o vice-presidente executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, Eduardo Haiama, os proventos refletem a redução de riscos e uma visão mais otimista para preços da energia no longo prazo.
Na manhã desta quinta-feira (7), os papéis ELET3 e ELET6 operam em forte alta desde o início do pregão e lideram o Ibovespa com altas acima de 7%. O Ibovespa, por sua vez, avança 1%, retomando os 136 mil pontos.
Ebitda cresce com ajuste e melhora eficiência
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 5,15 bilhões, crescimento de 19,2% na comparação anual e de 16,6% frente ao primeiro trimestre de 2025. Já o Ebitda contábil caiu 71,6%, para R$ 1,26 bilhão.
A Receita Operacional Líquida (ROL) atingiu R$ 10,2 bilhões, avanço de 21,15% em relação a 2024, mas queda de 2,1% ante os três primeiros meses deste ano.
A dívida líquida ajustada chegou a R$ 40,12 bilhões, aumento de 2,2% no trimestre. A alavancagem permaneceu estável em 1,5 vez o Ebitda ajustado.
- 🔥 Quem tem informação, lucra mais! Receba as melhores oportunidades de investimento direto no seu WhatsApp.
Capex da Eletrobras se concentra em transmissão
A Eletrobras investiu R$ 1,966 bilhão no segundo trimestre, queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas crescimento de 116% ante o trimestre anterior.
A maior parte dos investimentos foi direcionada ao segmento de transmissão, com R$ 1,108 bilhão aplicado em reforços e melhorias. Segundo a empresa, estão em implementação 249 projetos com Receita Anual Permitida (RAP) adicional estimada de R$ 1,8 bilhão entre 2025 e 2030. O investimento total previsto é de R$ 13,3 bilhões.
Já os aportes em geração de energia somaram R$ 357 milhões, queda de 51,2% frente ao mesmo trimestre de 2024, reflexo da conclusão de obras como o parque eólico Coxilha Negra.
Redução de provisões e custos
A companhia informou redução de R$ 1,2 bilhão no estoque de provisões em relação ao primeiro trimestre, encerrando o semestre com R$ 12 bilhões. Na comparação anual, a queda foi de R$ 3 bilhões. Os acordos firmados entre abril e junho permitiram a reversão líquida de R$ 279 milhões.
Os custos com pessoal, materiais, serviços de terceiros e outros (PMSO) caíram 4% na comparação anual, enquanto o estoque de empréstimos compulsórios caiu para R$ 11,97 bilhões.
- 📈 Quer investir como os grandes? Veja os ativos selecionados pelos especialistas do BTG – 100% grátis!
Mercado considera que números da Eletrobras vieram sólidos
A XP Investimentos considerou os números sólidos, destacando o Ebitda ajustado acima das expectativas e os dividendos com retorno aproximado de 4,5%. A corretora pretende revisar para baixo suas estimativas de despesas operacionais e provisões da companhia.
A XP mantém recomendação de compra para os papéis ON e PNB, com preço-alvo de R$ 50 e R$ 54, respectivamente, o que representa potencial de valorização de até 28,6%.
O Citi, por sua vez, destacou o desempenho regulatório acima do esperado e os dividendos elevados. No entanto, alertou para o risco hidrológico (GSF) no segundo semestre. Dados da CCEE indicam um GSF de 0,64 no terceiro trimestre e de 0,69 no quarto, o que pode pressionar os resultados da companhia.
Apesar disso, a empresa reduziu sua exposição a submercados e otimizou sua alocação de energia, o que melhorou o balanço energético e os preços obtidos.