Considerado uma das principais datas comerciais, o Dia dos Pais tem revelado mudanças no comportamento do consumidor ao longo dos anos. Uma pesquisa recente do Instituto Opinion Box, realizada em parceria com a Serasa, oferece uma visão sobre como essa celebração é vista pelos brasileiros atualmente e quais tendências estão emergindo em relação às comemorações e expectativas dos pais e filhos.
A pesquisa, conduzida entre 4 e 17 de julho de 2025, envolveu 1.705 entrevistas com pais em todo o país, proporcionando uma amostra representativa das opiniões e práticas vigentes. Os dados indicam que metade dos brasileiros considera o Dia dos Pais apenas mais uma data comemorativa, enquanto apenas 32% dos filhos pretendem comprar presentes este ano. Esta estatística sugere uma mudança na percepção e na importância atribuída à data, refletindo talvez uma tendência de menor envolvimento comercial com tal comemoração.
Além disso, observa-se que o contexto econômico influencia diretamente as escolhas dos consumidores, impulsionando uma procura maior por experiências compartilhadas e restringindo compras impulsivas. O Dia dos Pais, portanto, passa por uma reinterpretação que acompanha mudanças sociais e econômicas na sociedade.
Panorama atual do Dia dos Pais
Atualmente, o Dia dos Pais já não possui o mesmo destaque entre as datas comemorativas do varejo, sinalizando uma revisão dos laços entre consumo e afeto. Pesquisas apontam que muitos brasileiros preferem valorizar momentos juntos, em detrimento dos presentes materiais.
O fenômeno é percebido em diferentes regiões do país, onde o convívio e a proximidade emocional ganham mais relevância. Essa transição afasta o foco exclusivo da celebração sobre o consumo.
Especialistas reforçam que esse movimento é reflexo não apenas da conjuntura econômica, mas também da evolução na dinâmica familiar, em que questões como diálogo, empatia e presença se tornam mais centrais.
Mudanças no comportamento de compra
A disposição dos filhos em adquirir presentes para o Dia dos Pais está cada vez menor, com apenas um terço pretendendo ir às compras em 2025. Isso revela um avanço do pensamento crítico sobre o consumismo e sobre a real necessidade de presentear.
Mesmo assim, entre aqueles que optam por comprar, nota-se que muitos buscam gastar mais em itens de real utilidade ou valor sentimental, compensando a redução no volume de compras com uma possível elevação na qualidade.
Além disso, o comércio tem apostado em promoções de última hora e na publicidade emocional, tentando despertar o interesse pelo presente, porém os números mostram uma adesão ainda limitada.
Fatores para a queda do consumo
A valorização do tempo de qualidade e os desafios econômicos, como inflação e orçamento restrito, são os principais responsáveis pela retração no consumo de presentes nesta data.
Com a renda das famílias pressionada pelo custo de vida, a preferência recai sobre celebrações mais simples, que priorizem a convivência e o lazer em família.
Além disso, cresce o debate sobre o real significado do Dia dos Pais, questionando a obrigatoriedade do consumo e estimulando alternativas de comemoração mais afetivas e acessíveis.
Preferências de presentes
Roupas e calçados ainda lideram como as opções favoritas para presentear, escolhidas por cerca de 40% dos brasileiros, mostrando preferência por itens funcionais e de uso cotidiano.
Entretanto, há uma ascensão clara na busca por experiências como almoços em família, passeios e atividades conjuntas, consideradas mais relevantes para criar memórias.
O comércio, atento a essa mudança, diversifica suas ofertas com kits de experiências e vouchers, alinhando-se à nova demanda dos consumidores.
Importância da educação financeira
O cenário financeiro das famílias brasileiras reforça a urgência da educação financeira, uma vez que mais da metade dos pais já buscaram empréstimos para custear despesas dos filhos.
A questão é debatida em casa: 75% dos pais afirmam conversar com os filhos sobre dinheiro, buscando prepará-los para os desafios do futuro.
Elevar esse diálogo a um patamar mais prático pode ajudar a evitar endividamento e proporcionar maior autonomia aos jovens, mudando a relação com o consumo desde cedo.
Legado e prioridades dos pais atuais
Entre os pais, o desejo de transmitir liberdade financeira para os filhos supera a preocupação com a herança de bens materiais, marcando uma virada de valores.
Ensinar administração do dinheiro e incentivar a independência financeira se tornaram prioridades, visando um legado duradouro e sustentável.
Esse enfoque revela uma preparação para um futuro financeiro mais seguro, alinhada à necessidade de enfrentar um cenário econômico incerto e desafiador.
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Impactos das novas tendências familiares
Os novos hábitos apontam para um Dia dos Pais mais centrado no afeto, educação financeira e no desenvolvimento de laços sólidos, ultrapassando a mera troca de presentes.
Esse reposicionamento fortalece o diálogo, aproximando as gerações e criando oportunidades para conversas profundas sobre dinheiro, valores e projetos de vida.
Assim, a data se torna um momento significativo não só para celebrar, mas para construir bases familiares mais conscientes e emocionalmente conectadas, com impacto duradouro na formação das próximas gerações.
