O ambiente de uma farmácia, que deveria ser um local de confiança e cuidado, está sendo usado como palco para golpes. Criminosos se passam por fiscais da Vigilância Sanitária ou por outros profissionais de saúde para inspecionar estabelecimentos e residências, com o objetivo de extorquir dinheiro e enganar cidadãos.
Este guia detalha como essa fraude de personificação de autoridade funciona e como se proteger.
O que é o golpe do falso fiscal de saúde?

É uma fraude na qual um golpista se veste e se apresenta como um agente público de um órgão de saúde, mais comumente da Vigilância Sanitária, ou como um profissional de saúde, como um enfermeiro. A abordagem pode acontecer tanto em estabelecimentos comerciais, como farmácias, quanto em residências.
O objetivo do criminoso é usar a autoridade do seu falso cargo para intimidar a vítima, apontando uma suposta irregularidade grave. A partir do medo, ele tenta extorquir dinheiro, roubar produtos ou vender “soluções milagrosas” para problemas de saúde que ele mesmo inventa.
Como os golpistas aplicam o golpe
A tática do criminoso é a intimidação e a engenharia social. Ao abordar o funcionário de uma farmácia, o falso fiscal apresenta um crachá e um “documento” fraudulento, afirmando que precisa inspecionar o local ou até mesmo “recolher medicamentos controlados” por uma suposta nova norma. Ameaçando com multas altíssimas, ele coage o funcionário a entregar os produtos ou a pagar uma “taxa para evitar a autuação”.
Quando o alvo é um morador, especialmente um idoso, o golpe muda. O falso profissional oferece uma “campanha de saúde” com testes gratuitos de glicemia ou pressão. Após o teste, ele apresenta um “diagnóstico” alarmante e, para o “tratamento imediato”, oferece um suplemento ou produto “natural” superfaturado, lucrando com o pânico que ele mesmo criou.
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Quais são os principais sinais de alerta para não cair?
O principal sinal de alerta é qualquer tipo de cobrança ou solicitação de pagamento feita na hora. Fiscais da Vigilância Sanitária e outros agentes públicos nunca cobram por vistorias nem recebem pagamentos de multas em dinheiro ou Pix. Procedimentos legítimos são sempre formalizados através de autos de infração e guias de recolhimento oficiais.
Desconfie de qualquer profissional que não apresente um crachá funcional com foto de forma clara. Diagnósticos de saúde feitos em pé, na porta de casa, e que são imediatamente seguidos pela venda de um produto, são invariavelmente golpes.
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Quem é o público-alvo mais comum deste golpe?
Quando a fraude mira em estabelecimentos, o alvo são funcionários e atendentes de farmácias que, sob pressão e com medo de prejudicar o negócio, podem ceder às ameaças. Já na versão do falso profissional de saúde em residências, os idosos são o alvo principal, por serem mais preocupados com a saúde e mais propensos a confiar em alguém que se apresenta com um jaleco branco.
Fui vítima! O que fazer imediatamente?
Se você foi abordado por um falso fiscal ou profissional de saúde, a primeira atitude é não ceder à pressão.
- Não entregue dinheiro ou produtos: Sob nenhuma hipótese, faça pagamentos ou entregue qualquer tipo de mercadoria. Mantenha a calma e informe que irá verificar a identidade do agente.
- Verifique a identidade do suposto fiscal: Peça o nome completo e o número de matrícula do agente. Mantenha-o do lado de fora e ligue para o número oficial da Vigilância Sanitária ou da Secretaria de Saúde do seu município para confirmar se há uma fiscalização agendada para o seu endereço.
- Acione a polícia em caso de ameaça: Se o golpista se tornar agressivo ou insistente, não hesite em ligar para a Polícia Militar pelo número 190.
- Registre um boletim de ocorrência (B.O.): Independentemente de ter caído no golpe ou não, é fundamental registrar a tentativa de fraude na Polícia Civil. Forneça o máximo de detalhes sobre a aparência e a abordagem do criminoso.
- Conteste pagamentos e não use produtos falsos: Se você chegou a comprar um “remédio milagroso”, não o consuma, pois ele não tem registro na Anvisa. Se o pagamento foi com cartão, conteste a compra junto à operadora. Se foi Pix, tente o MED com seu banco.
Dicas de prevenção: como se proteger de falsos profissionais
A regra de ouro é: sempre confirme a identidade de qualquer fiscal ou agente público antes de permitir o acesso ao seu estabelecimento ou residência. Tenha o número de telefone dos órgãos públicos da sua cidade salvo.
Instrua seus funcionários e familiares, principalmente os idosos, sobre esses procedimentos. Explique que diagnósticos de saúde são feitos em consultórios por médicos, e não em campanhas de porta em porta por vendedores.
Sua saúde e a segurança do seu negócio são bens preciosos, e criminososos usam o medo de perdê-los para lucrar. Confie apenas em canais oficiais e em profissionais devidamente qualificados e registrados em seus conselhos de classe. A verificação é sua maior aliada.