A inflação dos Estados Unidos (EUA) medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,2% em julho, após alta de 0,3% no mês anterior, segundo dados divulgados pelo Escritório de Estatísticas do Departamento do Trabalho nesta terça-feira (12).
O setor de moradia foi o principal responsável pela variação mensal, com alta acumulada de 3,7% nos últimos 12 meses.
No acumulado de 12 meses até julho, a inflação ficou em 2,7%, replicando o resultado de junho, enquanto o mercado previa uma alta mensal de 0,2% e de 2,8% na base anual.
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Como reação do mercado à divulgação dos dados de inflação, os rendimentos dos Treasuries de dois anos caíram a 3,71% e o dólar DXY cedia 0,25%, aos 98,275. Às 10h43 (horário de Brasília), o dólar à vista registrava queda de 0,57%, cotado a R$ 5,41.
Já os índices futuros de Nova York engataram alta, com Dow Jones: +0,40%; S&P 500: +0,35% e Nasdaq: +0,41%.
Setores que mais impactaram a inflação dos EUA
Enquanto os preços de moradia exerceram maior pressão sobre a inflação dos EUA no mês de julho, a alimentação permaneceu estável. O índice de alimentação fora de casa subiu 0,3%, enquanto o de alimentação em casa caiu 0,1%.
Nos gastos relacionados à energia houve recuo de 1,1% no mês, com queda de 2,2% na gasolina e redução de 1,1% na conta de energia elétrica. Em 12 meses, o subíndice de energia caiu 1,6%, enquanto o de alimentos subiu 2,9%.
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Núcleo da inflação dos EUA é o maior desde janeiro
Excluindo alimentos e energia, que são itens mais voláteis, o núcleo do CPI subiu 0,3% em julho, a maior variação desde janeiro, após avanço de 0,2% em junho.
No acumulado em 12 meses, o núcleo subiu 3,1%, acima dos 2,9% registrados em junho. Segundo o relatório do Escritório de Estatísticas, o aumento dos custos de produtos importados, influenciado pelas tarifas aplicadas, contribuiu para a aceleração do núcleo da inflação, que registrou o maior avanço em seis meses.
Esse indicador é acompanhado de perto pelo Federal Reserve (Fed) por mostrar uma tendência mais estável da inflação.
Expectativas para a próxima decisão do Fed
O Federal Reserve (Fed) mantém sua taxa de juros de referência entre 4,25% e 4,5% desde dezembro, com cinco reuniões seguidas sem mudanças. O Banco Central americano tem como meta uma inflação de 2% ao ano.
Antes da divulgação dos dados de julho, parte do mercado já esperava que o Fed pudesse cortar juros em setembro, especialmente após um relatório de emprego mais fraco e revisões negativas nos dados de criação de vagas de maio e junho.
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Segundo o FedWatch, do CME Group, as expectativas para um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro subiram a 89,9%, após sinalizarem 85,9% há um dia.
Preocupações com a qualidade dos dados
O relatório foi divulgado em meio a crescentes preocupações sobre a qualidade dos dados de inflação e emprego. Cortes no orçamento e na equipe do Escritório de Estatísticas do Trabalho levaram à suspensão da coleta de dados em algumas regiões do país.
Essas preocupações aumentaram após a demissão, neste mês, de Erika McEntarfer, chefe do escritório, pelo presidente Donald Trump, em meio às revisões nos números de emprego de julho.
Economistas apontam que o subfinanciamento do órgão vem ocorrendo há anos, tanto em governos republicanos quanto democratas.
A situação foi agravada pelos cortes de gastos e pela redução de funcionários promovidos pela atual administração, dentro de um plano de reestruturação da máquina pública.