A São Martinho (SMTO3) registrou lucro líquido de R$ 62,83 milhões no primeiro trimestre da safra 2025/26, encerrado em 30 de junho. O resultado representa queda de 40,9% em relação ao mesmo período da temporada 2024/25, quando a companhia lucrou R$ 106,32 milhões. Frente ao trimestre anterior, a retração foi de 40,2%.
Segundo a empresa, a redução foi influenciada pela variação do valor justo do ativo biológico — ajuste contábil que reflete mudanças no valor das lavouras antes da colheita — e pelo impacto do pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP), que em 2024/25 ocorreu no primeiro trimestre, mas nesta safra será feito no segundo.
O Ebitda ajustado, indicador que mede o resultado operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização, subiu 19,7% em comparação anual, para R$ 805,03 milhões. Ante o trimestre anterior, houve alta de 4,4%.
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O desempenho foi impulsionado pelo maior preço e volume de etanol vendidos, parcialmente compensado por queda no preço e no volume de açúcar comercializado.
A receita líquida alcançou R$ 1,86 bilhão, alta anual de 12,2% e crescimento de 6,8% frente ao trimestre anterior, beneficiada por aumento de 30,1% no volume e de 16,3% no preço do etanol, compensando quedas de 8,2% no preço e 4,1% no volume de açúcar.
Produção da São Martinho recua com efeito climático
No período, foram processadas cerca de 8,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, queda de 7,6% em relação à safra anterior. A redução foi causada pela menor produtividade agrícola, com recuo de 11,7% em toneladas por hectare, impactada pelo déficit hídrico em fevereiro e março de 2025.
A produção somou 475,1 mil toneladas de açúcar (-11,3%) e 297,8 milhões de litros de etanol (-13,1%). Já o processamento de milho rendeu 56,7 milhões de litros de etanol (+11,6%), 38 mil toneladas de DDGS (+18,8%) e 1,9 mil toneladas de óleo de milho (+6,9%).
Expansão bilionária no etanol de milho
O Conselho de Administração da São Martinho aprovou a segunda fase do projeto de produção de etanol a partir do milho na unidade de Quirinópolis (GO).
O investimento estimado é de R$ 1,1 bilhão, com previsão de processar 635 mil toneladas de milho por ano e produzir 270 milhões de litros de etanol, 170 mil toneladas de DDGS e 13 mil toneladas de óleo de milho.
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A ampliação inclui um armazém para 240 mil toneladas de milho e melhorias na eficiência energética da planta. O cronograma prevê desembolsos entre as safras 2025/26 (40%), 2026/27 (50%) e 2027/28 (10%). Parte do financiamento, no total de R$ 728 milhões, virá de linhas do BNDES (Fundo Clima e Finem) e da FINEP, com prazo de 12 anos e carência de dois anos.
A operação começará no segundo semestre de 2027, com metade da capacidade na safra 2026/27 e operação plena a partir de 2029/30. Com a expansão, a capacidade total será de 1,15 milhão de toneladas de milho processadas por ano, resultando em cerca de 485 milhões de litros de etanol, 310 mil toneladas de DDGS e 21 mil toneladas de óleo de milho, além de armazenamento para 480 mil toneladas de milho.
