As ações da Raízen (RAIZ4) caem 12,50% nesta quinta-feira (14) após a companhia divulgar prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra 2025/26 (equivalente ao período de abril a junho), revertendo o lucro de R$ 1,066 bilhão de um ano antes.
A queda pressiona também a controladora Cosan (CSAN3), que recua 6,20%.
O balanço mostrou recuo de 6,1% na receita líquida, para R$ 54,218 bilhões, e queda de 23,4% no Ebitda ajustado, para R$ 1,889 bilhão.
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O Santander, que manteve recomendação neutra, vê cenário desafiador com dívida líquida de R$ 49,2 bilhões — alta de 55,8% em um ano — e alavancagem de 4,5 vezes o Ebitda. O banco não descarta a necessidade de uma capitalização (follow-on) para reforçar o caixa.
Pressão financeira e risco de capitalização para a Raízen
Segundo o Santander, a substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro por dívidas mais longas e mudanças tributárias contribuíram para o aumento do endividamento.
O índice de alavancagem divulgado não inclui o capex de manutenção, que consumiu metade do Ebitda nos últimos três anos, aumentando a pressão sobre a geração de caixa.
Os investimentos caíram 23,4%, para R$ 1,704 bilhão, concentrados em projetos já em andamento. A administração da Raízen avalia alternativas para reduzir dívida, incluindo a possível emissão de ações.
Produção e combustíveis
A moagem de cana caiu 20,7% no trimestre, para 24,5 milhões de toneladas, afetada por clima adverso e queimadas. O ATR recuou 2,7% e a produtividade agrícola caiu 10,9%.
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A produção de açúcar caiu 21,5%, para 1,45 milhão de toneladas, e o etanol de primeira geração recuou 26,7%, para 812 mil m³. O etanol de segunda geração avançou 40,7%.
Na distribuição de combustíveis, o Ebitda no Brasil subiu 3,3%, para R$ 1,006 bilhão, sustentado por margens melhores e controle de custos. Já na Argentina, caiu 50,6%, para R$ 309,7 milhões, por custos de importação mais altos e parada prolongada na refinaria de Buenos Aires.