A JBS (JBSS3) registrou lucro líquido de US$ 528 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 60,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (14).
O Ebitda ajustado — indicador de geração de caixa antes de juros, impostos, depreciação e amortização — somou US$ 1,754 bilhão, queda de 7,4% na comparação anual. A margem Ebitda caiu 1,4 ponto percentual, para 8,4%.
A receita líquida totalizou US$ 20,998 bilhões, avanço de 8,9% sobre o mesmo trimestre de 2024.
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“Este resultado reforça o valor da nossa plataforma global e multiproteína. Mesmo com um terço do nosso negócio nos Estados Unidos operando no negativo, conseguimos crescer, gerar margem e entregar lucro”, disse ao Broadcast Agro o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.
O desempenho foi apoiado pelo crescimento da Seara, da Pilgrim’s Pride e da operação na Austrália.
- Seara: receita de US$ 2,166 bilhões, Ebitda de US$ 391,8 milhões e margem de 18,1%, mesmo após impacto da gripe aviária e restrições temporárias de exportação.
- Pilgrim’s Pride: receita de US$ 4,75 bilhões, Ebitda de US$ 817,7 milhões e margem de 17,2%, beneficiada por demanda aquecida, custos menores de milho e soja, e aumento das refeições em casa.
- JBS Austrália: receita de US$ 1,97 bilhão, Ebitda de US$ 290,2 milhões e margem de 14,7%, impulsionada pela boa oferta de carne bovina e melhora na operação de aquicultura.
No Brasil, a divisão de carne bovina registrou receita de US$ 3,58 bilhões, alta de 20,2%, com Ebitda de US$ 228,6 milhões e margem de 6,4%.
JBS enfrenta pressão nos EUA
A JBS Beef North America apresentou receita de US$ 6,805 bilhões, mas registrou Ebitda ajustado negativo em US$ 233 milhões, com margem negativa de 3,4%.
No segmento de carne suína (USA Pork), a margem Ebitda foi de 6,5%, abaixo dos 11,1% do primeiro trimestre e dos 12,6% do segundo trimestre de 2024. O recuo foi atribuído à queda nas vendas, especialmente para a China.
A empresa espera recuperação já no terceiro trimestre, apoiada por custos menores de grãos e pela competitividade do suíno frente à carne bovina, que segue com preços elevados.
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Liquidez e endividamento
A JBS encerrou o trimestre com US$ 3 bilhões em caixa e US$ 3,4 bilhões em linhas de crédito rotativas disponíveis, suficiente para honrar dívidas até 2032.
A dívida líquida somou US$ 16,524 bilhões, alta anual de 12%, com alavancagem de 2,27 vezes, ante 2,77 vezes um ano antes. O prazo médio da dívida passou de 11 para 15 anos, e o custo foi reduzido. A liquidez total atingiu cerca de US$ 7 bilhões.
“Temos uma situação financeira bastante confortável, com prazo médio da dívida ampliado de 11 para 15 anos, custo reduzido e liquidez total próxima de US$ 7 bilhões”, afirmou o CFO Guilherme Cavalcanti.