O investidor preocupado com a sustentabilidade encontrou aliados entre as varejistas. O setor foi o que mais divulgou relatórios de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade no primeiro semestre deste ano.
Segundo estudo inédito da MZ Group, empresa que fornece tecnologia e inteligência para áreas de Relações com Investidores (RI), entre janeiro e junho deste ano, 113 empresas de 20 setores protocolaram relatórios na CVM, somando 122 documentos.
A maior parte (71,3%) corresponde a relatórios de sustentabilidade e 28,7% a relatos integrados (que reúnem informações financeiras e não financeiras). Somente 3,5% das companhias arquivaram ambos os tipos de documentos.
Entre os relatos integrados, 34,3% seguiram os padrões internacionais GRI (Global Reporting Initiative) e ISSB (International Sustainability Standards Board) — um aumento de 24,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Nos relatórios de sustentabilidade, 21,8% adotaram simultaneamente os dois referenciais, alta de 19,5 pontos percentuais.
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CVM exigirá transparência a partir de 2026
A partir de 1º de janeiro de 2026, todas as companhias abertas registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) terão de divulgar relatórios de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade.
Segundo a MZ, a obrigatoriedade deve acelerar o movimento já em curso, de integração entre governança, sustentabilidade e comunicação financeira — que deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser uma exigência do mercado.
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Varejistas lideram relatórios arquivados no 1º semestre
O setor varejista foi o mais representativo, respondendo por 12,4% dos arquivamentos. Entre as empresas, 60% pertencem ao Novo Mercado, segmento de maior nível de governança da Bolsa.
Uma prova da força das varejistas, é a Lojas Renner (LREN3), que se tornou em julho a primeira empresa brasileira a divulgar um relatório completo de sustentabilidade conforme os padrões internacionais IFRS S1 e S2, estabelecidos pelo ISSB.
Educação lidera desempenho na Bolsa
O levantamento também analisou o desempenho de mercado das companhias que arquivaram relatórios de sustentabilidade. Entre os 20 setores mapeados, 17 registraram valorização de suas ações no semestre. O destaque ficou com Educação, com alta de 124,5%.
Nos índices da B3, o SMLL, voltado para small caps, apresentou ganho de 26,4%, seguido do IDIVERSA (Índice de Diversidade), com 25,5%.
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Alinhamento às práticas da ONU
O estudo também mostra que a grande maioria das empresas tem buscado alinhar suas práticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Esse alinhamento esteve presente em 97,1% dos relatos integrados e em 95,4% dos relatórios de sustentabilidade publicados até junho.
Os setores de mineração, siderurgia, participações e investimentos registraram 100% de conformidade com os padrões GRI e ISSB nos relatos integrados. Já no caso dos relatórios de sustentabilidade, o setor de seguros liderou, com 66,7% de aderência a ambos os referenciais.
Segundo a MZ, os documentos deixam de ser apenas uma obrigação regulatória para se tornarem parte da narrativa corporativa, fortalecendo a confiança de investidores e contribuindo para a redução do custo de capital.