Quase dois meses depois de se declarar livre da gripe aviária, o Brasil continua sem previsão para retomar as exportações de carne de frango para a China e União Europeia.
As vendas para mais de 100 países haviam sido suspensas em maio, após a confirmação de um caso da doença em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, mas a maioria já voltou a importar a proteína brasileira.
No entanto, de acordo com o Globo Rural, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, garante que recentemente apenas o Chile sinalizou positivamente para reabrir seu mercado.
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“Não há sinalização concreta, exceto do Chile. Fizemos todas as respostas necessárias para a Europa e agora aguardamos a decisão deles”, afirmou Santin, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (20).
Estoques elevados de frango atrasam decisão da China
De acordo com o dirigente, a situação interna chinesa explica a demora na reabertura. O país aumentou a produção local de proteínas e acumula estoques elevados. Estimativas indicam crescimento de 9% na produção de carne de aves neste ano.
“A China está tranquila, com bons estoques e aumento da produção. Isso afeta a velocidade com que ela decide pelas importações brasileiras”, disse Santin.
Ele destacou ainda que as restrições chinesas não atingem apenas o Brasil. Recentemente, 17 plantas da Tailândia também foram suspensas.
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Impactos no mercado e perspectivas
Apesar da suspensão, as exportações brasileiras de frango acumulam queda de somente 1,7% até julho. A ABPA projeta que o país encerre 2025 com uma retração máxima de 2%, totalizando 5,2 milhões de toneladas embarcadas.
Segundo Santin, a forte demanda interna sustenta os preços no Brasil. “Não vejo efeitos relevantes dessa situação sobre o mercado doméstico. Pelo contrário: o consumo tende a crescer no fim do ano, o que mantém os preços positivos”, afirmou.
No mercado internacional, o caso de gripe aviária reduziu a oferta global, o que ajudou a sustentar as cotações da carne de frango.
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Retomada esperada em 2026
Para o próximo ano, a ABPA prevê estabilidade na produção e no consumo per capita no Brasil, além de recuperação nas vendas. O setor projeta crescimento de até 5,8% nas exportações em 2026, para 5,5 milhões de toneladas, e aumento de 2% na produção, alcançando 15,7 milhões de toneladas.
“O foco da doença foi rapidamente controlado. Fechar o ano com, no máximo, 2% de queda é uma vitória para o setor”, avaliou Santin.