Em junho deste ano, o mercado de capitais superou os bancos como a principal fonte de crédito para as empresas. A emissão de títulos corporativos e securitizados chegou a R$ 2,21 trilhões, enquanto o estoque de empréstimos bancários somou R$ 2,19 trilhões.
Quando incluídas as dívidas externas, o crédito corporativo totalizou R$ 6,7 trilhões, equivalente a 54,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
O crescimento é expressivo quando comparado ao passado. Há dez anos, o mercado de capitais era 75% menor que o crédito bancário e cinco anos atrás ainda representava apenas metade; agora, assumiu a liderança, com tendência de expansão nos próximos anos.
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Investidor pessoa física financia transformação do mercado de crédito
Essa transformação não impacta apenas as empresas. Segundo Evandro Buccini, Diretor de Crédito da Rio Bravo Investimentos, o investidor pessoa física tornou-se, de forma direta ou indireta, financiador da economia real.
“Hoje, ao investir em fundos de crédito ou comprar títulos corporativos, como debêntures ou CRIs, o investidor está participando da formação de capital e criação de empregos no Brasil”, explica.
Fundos de crédito privado avançam em cenário de juros altos
Segundo a Rio Bravo, esse movimento cria uma oportunidade para quem busca retornos mais atrativos do que a tradicional renda fixa em meio ao cenário atual de juros altos, com a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, encarecendo o custo de crédito para as empresas.
Com juros altos e baixa inadimplência, aumentou a demanda por alternativas de crédito, cenário este no qual fundos de crédito privado que ofereçam lastro real e rentabilidade superior ao CDI têm ganhado destaque.
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Como gerir riscos em tempos de alta volatilidade
A gestora de investimentos também alerta que esse novo modelo de financiamento exige cautela. Para a Rio Bravo, a diversificação das carteiras é fundamental para mitigar riscos, já que a volatilidade pode gerar períodos em que os retornos ficam abaixo do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Outro ponto de atenção é que ao acessar o mercado de capitais, as empresas também precisam se adaptar e é importante que adotem práticas mais transparentes, tenham boa governança e clareza nos objetivos de captação de recursos.
A nova dinâmica no mercado de crédito deve tornar os investidores mais ativos, reduzindo a dependência das companhias em relação aos grandes bancos e ampliar o papel da poupança individual no financiamento da economia.