O mercado de distribuição de insumos agropecuários no Brasil vive um ciclo de expansão que tem impulsionado as operações de fusões e aquisições (M&A) e as operações devem crescer, em média, 8% ao ano até 2028.
O dado foi revelado no levantamento da Redirection International, onde a assessoria especializada em M&A mostra que o crescimento será sustentado pela expansão das redes de revendas, pela oferta de insumos especializados e pelo aumento da produção e da área plantada no país.
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Crescimento do faturamento e consolidação
Segundo dados da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), o faturamento do setor passou de R$ 110 bilhões em 2018 para R$ 167 bilhões em 2024, avanço médio de 7,2% ao ano.
O número de operações de M&A mais que dobrou em dois anos, passando de 5 em 2023 para 12 em 2024. A movimentação inclui tanto distribuidoras regionais quanto grandes grupos nacionais, além da entrada de fabricantes globais de insumos, como Syngenta e Bunge, e de fundos de private equity.
Casos recentes de fusões e aquisições
Entre os negócios mapeados, a Syngenta adquiriu a distribuidora Produtécnica em 2024, ampliando sua presença no mercado brasileiro. Já em 2025, a varejista Alvorada, investida da Kinea, comprou a Casa da Ração para expandir a atuação em novos estados.
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Segundo Vinícius Oliveira, sócio da Redirection International e responsável pelo estudo, o movimento de consolidação também cria espaço para empresas mais enxutas e com forte atuação regional, diante das recentes recuperações judiciais de grandes players.
“O ciclo da pecuária começa a apresentar sinais claros de recuperação, tanto no crescimento orgânico quanto no crescimento inorgânico. Nossa avaliação é que o setor de distribuição e revendas de insumos agropecuários evitou uma crise generalizada, e o momento atual é de otimismo fundamentado”, disse Oliveira.
Estratégia das empresas e cenário futuro
Para o sócio da Redirection International, o M&A deve continuar como ferramenta estratégica para ampliar capilaridade, diversificar portfólios e reduzir custos médios.
Ele avalia que a seletividade dos investidores será crucial em um cenário de valuations mais conservadores e restrições ao ritmo de consolidação dos últimos anos.
“Empresas com caixa sólido, governança robusta e modelos de negócios ágeis permanecem atrativas. O setor tende a passar por um rearranjo, com oportunidades para grupos capitalizados e indústrias que queiram ocupar espaços deixados por grandes companhias”, afirma.