Uma excepcional descoberta arqueológica no Parque Nacional da Cidade de Davi, em Jerusalém, revelou uma moeda de ouro com mais de 2.200 anos. O artefato, de um quarto de dracma, retrata Berenice II, rainha e esposa de Ptolomeu III do Egito. A relevância do achado ultrapassa seu valor monetário, trazendo novas perspectivas sobre a vida e a importância da cidade durante o período helenístico.
O fato da moeda ter sido encontrada em um contexto arqueológico controlado fora do Egito aumenta ainda mais sua raridade e valor histórico. Ela indica que Jerusalém estava inserida em redes comerciais e políticas sofisticadas no século III a.C.. Novas tecnologias de análise permitiram datar com precisão o objeto, fortalecendo sua credibilidade para a comunidade acadêmica.
Esse achado desafia hipóteses anteriores que minimizavam o papel de Jerusalém após a destruição do Primeiro Templo, sugerindo uma cidade ativa, estratégica e de grande relevância regional mesmo sob domínios estrangeiros.
Quem foi a rainha Berenice II?

Berenice II foi uma das figuras femininas mais influentes da dinastia ptolomaica. Governou inicialmente a Cirenaica e, após seu casamento com Ptolomeu III, se destacou em importantes decisões políticas. Sua imagem na moeda, com diadema, véu e colar, reforça o poder que detinha não só como consorte, mas como governante autônoma.
Historiadores ressaltam que Berenice II era conhecida por sua atuação diplomática e envolvimento em guerras, influenciando os rumos do Egito e seus territórios. Sua vida inspira pesquisas sobre o papel das mulheres na política helenística. Moedas como essa eram, além de objetos monetários, símbolos de prestígio e propaganda do regime ptolomaico.
Estudos recentes sobre inscrições e arte helenística vêm ampliando o entendimento da influência feminina no período, e a descoberta dessa moeda em Jerusalém é um exemplo vívido dessa presença além das fronteiras egípcias.
Por que esta moeda é significativa para a história de Jerusalém?
A presença de uma moeda ptolomaica de ouro sugere uma reavaliação do status de Jerusalém entre o século III e II a.C.. O achado evidencia que, ao contrário do que muitos estudiosos pensavam, a cidade mantinha relações diplomáticas e econômicas com grandes potências da época.
Após a destruição do Primeiro Templo, acreditava-se em um período de decadência e isolamento para Jerusalém. Entretanto, essa moeda prova que a cidade passou por processos de recuperação social e econômica. A circulação de moedas estrangeiras é um indicativo de prosperidade e de uma sociedade conectada comercialmente.
A revelação contribui para novas linhas de pesquisa arqueológica, incentivando escavações em áreas pouco exploradas da antiga Jerusalém, potencialmente alterando nossa visão sobre seu desenvolvimento histórico.
Implicações para a história e a arqueologia de Jerusalém
Encontrar uma moeda desse tipo estimula novas investigações sobre o papel de Jerusalém como centro regional durante períodos de dominação estrangeira. O objeto se soma a outros achados que começam a compor uma história mais complexa da cidade durante o domínio helenístico.
O fato de a moeda ter permanecido por séculos nas camadas arqueológicas permite análises que relacionam dados históricos com evidências materiais. Estudiosos agora revisam outros achados do mesmo contexto, buscando indicativos do cotidiano, das trocas comerciais e da vida urbana na época.
Essa descoberta pode atrair mais recursos e equipes multidisciplinares para futuros projetos arqueológicos, potencializando novas novidades sobre Jerusalém e seu entorno.
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O futuro da pesquisa e o impacto cultural da descoberta
O achado da moeda será tema de destaque em futuras exposições e conferências, como a Conferência Anual de Pesquisa da Cidade de Davi. Isso permitirá compartilhar descobertas com o público e engajar a nova geração de estudiosos em temas de arqueologia e história antiga.
A moeda de Berenice II ilustra o quanto Jerusalém estava conectada ao mundo mediterrânico já na Antiguidade. Ela reforça a importância do investimento em pesquisas sistemáticas e no uso de novas tecnologias de escavação.
Além de aprofundar o conhecimento acadêmico, tais descobertas têm grande impacto na identidade e valorização do patrimônio cultural local, aproximando comunidades da própria história de Jerusalém e promovendo o turismo arqueológico na região.