O mercado financeiro começou a semana ainda animados pelas declarações de Jerome Powell, feitas na sexta-feira (22) passada, que sugeriram a possibilidade de corte nos juros já em setembro.
Ao longo dos dias, investidores estiveram atentos ao balanço da Nvidia, que veio em linha com as expectativas dos analistas, aos novos dados de inflação e à tentativa de Donald Trump de destituir Lisa Cook do Federal Reserve.
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No Brasil, ganhou destaque a operação Carbono Oculto, que revelou a infiltração do crime organizado (PCC) na economia real e no sistema financeiro. Ainda assim, o que realmente influenciou os preços e sustentou a valorização semanal da Bolsa, além da queda do dólar, foram duas pesquisas eleitorais:
- Uma indicando que a recuperação da popularidade de Lula pode ter atingido seu limite;
- Outra apontando o crescimento do governador de São Paulo nas intenções de voto.
Nesta sexta-feira (22), o Monitor do Mercado traz mais uma edição do quadro “Semana em 5 Minutos”, resumo semanal direto e sem enrolação assinado por Gil Carneiro.
“Se votar fizesse alguma diferença, eles não nos deixariam fazer isso” – Mark Twain.
Brasil: política e indicadores econômicos
Pesquisas eleitorais movimentaram o mercado nesta semana. Levantamento da Atlas mostrou Tarcísio de Freitas à frente de Lula em um eventual segundo turno, com 48,4% contra 46,6%.
Já a Paraná Pesquisas apontou que, em São Paulo, o governador teria 50,4% contra 37,6% do petista. O desempenho foi superior ao obtido por Jair Bolsonaro em 2022.
Os dados animaram investidores que veem chance de mudança no cenário político para 2026, com possibilidade de uma agenda mais reformista e fiscalmente responsável. O movimento foi suficiente para o Ibovespa se descolar do desempenho das bolsas americanas.
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No campo econômico, o IPCA-15 registrou deflação de 0,14% em agosto, primeira queda em mais de dois anos. O resultado, porém, mostrou pressões persistentes nos núcleos de inflação e no setor de serviços.
O Caged indicou criação de 129 mil vagas formais em julho, abaixo das 135 mil projetadas e inferior ao resultado de junho, de 166 mil. O dado reforça sinais de desaceleração da atividade.
No setor público, o déficit nominal acumulado em 12 meses atingiu R$ 968,5 bilhões, sendo R$ 941,2 bilhões referentes ao pagamento de juros da dívida. O déficit primário foi de R$ 27,3 bilhões. Com a Selic em 15%, o custo da dívida permanece elevado, reforçando a necessidade de superávit fiscal para viabilizar queda estrutural dos juros.
EUA: PIB, inflação e pressão política sobre o Fed
A economia dos Estados Unidos cresceu 3,3% no segundo trimestre, segundo revisão do PIB, acima das expectativas de 3%. O núcleo do PCE, principal índice de inflação observado pelo Federal Reserve, avançou 0,3% em julho e acumula 2,9% em 12 meses, em linha com as projeções.
No campo político, Donald Trump anunciou a demissão da diretora do Federal Reserve, Lisa Cook, citando um processo de fraude hipotecária sem condenação. Como o mandato no Fed é fixo, a medida será analisada judicialmente e reacende preocupações sobre interferência política em uma instituição de caráter técnico.
O mercado de Treasuries mostrou forte movimento na curva de juros. O spread entre os papéis de 30 e 5 anos atingiu 100 pontos-base, refletindo dúvidas sobre a trajetória da inflação e do ciclo de cortes de juros. Apesar da expectativa de redução em setembro, investidores avaliam risco de reversão caso a inflação volte a pressionar.
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Mercados: Ibovespa bate recorde e balanço da Nvidia
O Ibovespa ultrapassou os 141 mil pontos, maior nível histórico. Apesar da valorização, o índice segue abaixo de sua média histórica quando comparado ao lucro das empresas, indicando espaço para novas altas caso o quadro fiscal melhore.
Nos Estados Unidos, o destaque foi o balanço da Nvidia. Embora os números tenham vindo em linha com as expectativas, o guidance foi mais cauteloso. A empresa enfrenta restrições de vendas de chips para a China, tarifas adicionais de 15% e menor estímulo do governo chinês. O impacto estimado é de US$ 10,5 bilhões anuais em receita.
Mesmo assim, a Nvidia segue como símbolo da valorização das empresas ligadas à inteligência artificial. Com valor de mercado de US$ 4 trilhões, a companhia equivale hoje à soma da bolsa alemã com a francesa.
No Brasil, analistas destacam que, apesar do otimismo atual, a volatilidade tende a ser elevada até 2026. O mercado costuma antecipar cenários e amplificar tanto movimentos positivos quanto negativos.