No Rio Grande do Sul, o piso regional passou por um reajuste em 2025. O governador Eduardo Leite sancionou, em junho, a lei que estabeleceu um aumento de 8% após aprovação na Assembleia Legislativa. Com isso, a quarta faixa do piso salarial gaúcho passou a ser de R$ 1.945,67.
Essa medida reforça a valorização do trabalho no estado e a diferenciação em relação ao salário mínimo nacional, já que cada região pode definir faixas próprias de remuneração conforme suas características econômicas.
O que é o piso regional e como ele se diferencia do salário mínimo nacional?

O piso salarial regional é um valor mínimo definido por estados, destinado a categorias de trabalhadores não abarcadas por acordos coletivos. Cada estado pode definir faixas com valores ajustados conforme setores específicos da economia local.
Enquanto isso, o salário mínimo nacional é estabelecido pelo governo federal e serve como padrão base de remuneração em todo território brasileiro, prevalecendo nos estados que não adotam pisos regionais próprios.
No caso do Rio Grande do Sul, a nova lei estipula valores entre R$ 1.789,04 e R$ 2.267,21. O valor de R$ 1.945,67 é voltado para áreas como metalurgia, vigilância e setores navais, demonstrando a segmentação do piso por atividade econômica.
Impacto direto para os trabalhadores gaúchos
A introdução do novo piso regional beneficiará cerca de 1,3 milhão de trabalhadores sem acordos coletivos de trabalho, garantindo melhores condições salariais para esse grupo.
O reajuste de 8% supera o índice de inflação do período (INPC de 4,77%), representando um ganho real no poder de compra dos beneficiados e impulsionando a economia local.
Apesar do avanço, centrais sindicais alertam que a reposição das perdas salariais históricas ainda depende de novos aumentos e políticas de valorização do salário regional.
Reação das entidades sindicais
Sindicatos e representantes dos trabalhadores comemoraram o reajuste como uma conquista relevante após anos de negociações.
Segundo essas entidades, o aumento é um passo importante para diminuir a defasagem salarial e restaurar parte do poder de compra perdido ao longo dos anos.
No entanto, continuam pleiteando políticas de recuperação mais amplas, com reajustes que contemplem integralmente as perdas inflacionárias e o crescimento econômico do estado.
Pisos regionais em outros estados brasileiros
Além do Rio Grande do Sul, outros estados brasileiros, como Santa Catarina, Paraná e São Paulo, também adotam pisos regionais diferenciados. Cada estado estabelece seus valores e faixas de acordo com demandas locais e negociações entre entidades de trabalhadores e empregadores.
Essas variações provocam debates sobre a necessidade de políticas nacionais mais flexíveis, que permitam regionalizações conforme o custo de vida e particularidades produtivas.
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Perspectivas e debates futuros sobre o salário mínimo e pisos regionais
A discussão sobre salários mínimos nacionais e regionais permanece central na agenda social e econômica do país.
É fundamental conciliar interesses entre trabalhadores e empregadores, garantindo dignidade salarial sem comprometer a saúde financeira das empresas.
Nos próximos meses, os impactos do novo piso regional no mercado formal e nas negociações coletivas poderão inspirar ajustes e novas propostas em todo o Brasil.