O PIX revolucionou os pagamentos no Brasil com sua velocidade, mas os criminosos desenvolveram um golpe que explora justamente uma de suas funções menos instantâneas: o agendamento. Vendedores de produtos em marketplaces e redes sociais são os principais alvos dessa fraude, que usa um falso comprovante para roubar mercadorias.
Este guia definitivo explica em detalhes como o golpe do falso PIX agendado é aplicado, quais são os sinais de alerta que você nunca deve ignorar e a regra de ouro, inquebrável, para garantir que você nunca seja enganado ao vender um produto.
Como funciona o golpe

Nesta fraude, um criminoso se passa por um comprador interessado em um produto que você anunciou. Após a negociação, ele afirma que fará o pagamento via PIX, mas, em vez de uma transferência instantânea, ele envia o print de um comprovante de PIX agendado.
O golpista usa desculpas para justificar o agendamento, como “meu limite diário acabou” ou “o sistema do banco está instável”. Com o comprovante de aparência oficial em mãos, ele pressiona a vítima para que entregue ou envie o produto imediatamente.
O objetivo do criminoso é levar a mercadoria sem pagar. Após retirar o produto, ele simplesmente cancela o agendamento do PIX (ou o comprovante era falso desde o início) e desaparece, deixando o vendedor com o prejuízo total.
Os principais sinais de alerta
A principal característica do PIX é ser um sistema instantâneo. A sugestão de agendar um pagamento para uma transação de entrega imediata é o maior e mais claro sinal de alerta de que algo está errado.
Fique muito atento a estes sinais de alerta que indicam uma fraude:
- O comprador insiste em pagar com PIX agendado e se recusa a fazer a transferência na hora.
- O comprovante que ele envia contém claramente a palavra “agendamento” ou uma data futura para a efetivação.
- Há uma forte pressão para que o produto seja entregue antes do dinheiro ser creditado em sua conta.
- O comprador se mostra irritado ou ofendido quando você informa que precisa esperar a confirmação do pagamento.
- A negociação é muito rápida e o comprador não demonstra interesse em verificar os detalhes do produto que está “comprando”.
A regra de ouro, reforçada pelo Banco Central e pela FEBRABAN, é: comprovante não é pagamento. A única confirmação real é o dinheiro visível no saldo da sua conta.
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Fui vítima, e agora? O que fazer
Neste golpe, como o dinheiro nunca saiu da conta do golpista, não há uma transação financeira para ser estornada pelo banco. A ação de recuperação é focada no bem que foi levado, o que torna a denúncia policial o passo mais importante.
Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) imediatamente na Polícia Civil. O crime é estelionato. Forneça à polícia todos os dados do golpista, como nome, telefone, prints da conversa e o comprovante falso.
Guarde todas as provas e denuncie o perfil do golpista na plataforma onde a negociação começou (OLX, Facebook Marketplace, etc.). Isso ajuda a alertar a plataforma e a impedir que o criminoso faça novas vítimas.
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Como não ser enganado: a prevenção definitiva
A prevenção contra essa fraude é simples e exige apenas paciência e a adesão a uma regra de venda estrita: a entrega do produto só ocorre após a confirmação do pagamento.
- Recuse o agendamento: Informe ao comprador que, para entrega imediata, você só aceita PIX instantâneo.
- Verifique o extrato: Sempre abra seu aplicativo bancário e confirme se o valor foi creditado e está disponível em seu saldo. Não confie em prints ou vídeos.
- Combine a entrega segura: Para itens de valor, marque encontros em locais públicos e só entregue o produto após ver o dinheiro na sua conta.
Seja firme e educado, explicando que a verificação é um procedimento de segurança padrão. Um comprador honesto entenderá perfeitamente e não se oporá a esperar a confirmação.
Este guia serve como um alerta educacional. A engenharia social por trás do golpe explora a sua confiança e boa-fé. Ao seguir a regra de ouro e só confiar no seu extrato, você se torna imune a essa armadilha. Em caso de dúvidas sobre seus direitos, consulte também o Procon.