O volume de serviços prestados do Brasil aumentou 0,3% em julho, na comparação com junho, atingindo seu maior patamar histórico, conforme a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (12).
O resultado foi impulsionado por serviços de informação e de comunicação, que avançou 1% no período, ajudando a posicionar o setor 18,5% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
No mês anterior, o crescimento foi de 0,4% frente a maio, após revisão do dado inicialmente divulgado como alta de 0,3%.
Já na comparação anual, o volume de serviços subiu 2,8%. No acumulado do ano até julho, a expansão foi de 2,6% e nos últimos 12 meses, o avanço chegou a 2,9%.
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Serviços tem melhor desempenho que outros setores
O economista Maykon Douglas avalia que o setor de serviços foi o que melhor se saiu em julho, quando comparado à indústria. Foi também o único setor com uma transição positiva para o terceiro trimestre (+0,6%) em relação ao anterior.
Segundo o especialista, o setor de serviços é mais exposto à dinâmica da renda (ainda fortalecida pelo mercado de trabalho apertado), ao contrário de alguns importantes setores do varejo mais sensíveis ao crédito, por exemplo, o que pode explicar o resultado relativamente melhor em julho.
Douglas pontua ainda que essas altas estão menos disseminadas que a média histórica, ou seja, no índice há segmentos com desempenho ruim.
Além disso, “a alta mensal nos serviços às famílias compensa apenas uma parte da queda de 1,5% em junho; o segmento está com um carry-over negativo de 0,8% para este trimestre. Portanto, os dados recentes corroboram o cenário de PIB (Produto Interno Bruto) mais fraco no restante do ano”, conclui.
Volume de serviços por setor
O crescimento de julho foi puxado por três das cinco atividades pesquisadas:
- Informação e comunicação: registrou alta de 1%, após leve recuo em junho (-0,1%)
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: avançou 0,4%
- Serviços prestados às famílias: aumentou 0,3%
Na direção oposta, transportes recuaram 0,6% e outros serviços caíram 0,2%.
A média móvel trimestral também cresceu 0,3%, impulsionada por informação e comunicação (0,6%), serviços profissionais e administrativos (0,4%) e transportes (0,3%).
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Desempenho de serviços ano a ano
Frente a julho de 2024, o volume de serviços cresceu 2,8%, registrando a décima sexta taxa positiva seguida.
Os principais destaques positivos foram:
- Transportes, serviços auxiliares e correio: alta de 4,1%, com impulso do transporte rodoviário de cargas, transporte aéreo de passageiros, concessionárias de rodovias e logística de cargas.
- Informação e comunicação: avanço de 4,6%, influenciado por portais e provedores de conteúdo online, serviços de TI, hospedagem de dados e softwares sob encomenda.
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: aumento de 2,5%, puxado por publicidade, consultoria em gestão, intermediação de negócios digitais e locação de mão de obra temporária.
Os destaques negativos foram:
- Outros serviços: tiveram queda de 2%, pressionados por menores receitas de atividades auxiliares financeiras, corretoras e administração de cartões de crédito.
- Serviços prestados às famílias: recuaram 1,8%, com impacto da queda na receita de restaurantes.
Volume de serviços por região
O crescimento de 0,3% do volume de serviços em julho foi registrado em apenas 12 das 27 unidades da federação.
Entre os destaques positivos, aparecem: Rondônia (+10,9%), Mato Grosso do Sul (+5,7%), São Paulo (+1,7%), Paraná (+1,7%) e Santa Catarina (+0,9%).
De outro lado, os estados do Amazonas (-3,5%), Rio de Janeiro (-1,8%) e Minas Gerais (-0,7%) registraram as principais quedas.
Na comparação anual, o avanço de 2,8% foi observado em 14 estados. São Paulo teve o maior peso (6%), seguido por Mato Grosso do Sul (15,9%) e Mato Grosso (6,2%).
No acumulado do ano, 19 unidades federativas cresceram. O primeiro lugar fica novamente com São Paulo (+4,3%), seguido por Distrito Federal (+6,3%) e Santa Catarina (+4,3%). Já o Rio Grande do Sul registrou retração de 7,1%.
Turismo recua em julho
O índice de atividades turísticas caiu 0,7% em julho, registrando a terceira queda consecutivo, acumulando perda de 2,3%. O setor está 10,3% acima do pré-pandemia, mas 3% abaixo do pico da série, alcançado em dezembro de 2024.
A retração foi influenciada principalmente pelas regiões do Rio de Janeiro (-2,5%), Bahia (-2,1%) e Amazonas (-5,9%). Já São Paulo (+0,6%) e Paraná (+2,0%) registraram altas.
Na comparação anual, o turismo avançou 3,3%, com destaque para São Paulo (+4,9%), Rio de Janeiro (+4,7%) e Rio Grande do Sul (+18,6%). Minas Gerais apresentou queda de 8,1%.
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Transportes de passageiros caem e cargas avançam
O transporte de passageiros caiu 2,1% em julho, após cinco meses de crescimento acumulado de 13,9%. Apesar da queda, o segmento segue 9,6% acima do nível pré-pandemia, mas ainda 15,7% abaixo do pico histórico de 2014.
Já o transporte de cargas avançou 1% em julho, acumulando ganho de 1,8% em dois meses. O segmento está 37,5% acima do pré-pandemia, mas ainda 4,8% abaixo do recorde de julho de 2023.
Na comparação anual, o transporte de passageiros cresceu 8,7% e o de cargas avançou 3,2%.