O dólar abriu em queda nesta terça-feira (16), acompanhando o movimento global de enfraquecimento da moeda norte-americana, enquanto investidores aguardam as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil (BC), ambas programadas para esta quarta-feira (17).
Às 10h12, o dólar à vista caía 0,17%, cotado a R$ 5,31, após tocar o patamar de R$ 5,29, o menor desde 7 de junho de 2024.
Na sessão anterior, a moeda americana encerrou em baixa de 0,61%, cotada a R$ 5,32, registrando o menor valor desde junho do ano passado.
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Cotações do dólar
- Comercial: R$ 5,313 (compra) / R$ 5,313 (venda)
- Turismo: R$ 5,35 (compra) / R$ 5,53 (venda)
Dólar recua em meio às expectativas sobre os juros
O movimento de queda do dólar ocorre em linha com a desvalorização global da moeda americana, que recua frente a moedas de países desenvolvidos e emergentes.
No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar contra seis moedas fortes, caiu para 97,121, registrando o menor nível desde 7 de julho em meio às aposta em corte de 25 pontos-base na taxa de juros do Federal Reserve (Fed) nesta super quarta.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, avalia que o mercado segue focado no encontro do Banco Central americano: “Todos estão na expectativa da reunião do Fed. O corte de juros deve vir, mas resta a dúvida se sinalizam três ou duas reduções.”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também tem defendido uma política monetária mais flexível.
Dólar ante outras moedas
No início da sessão desta terça-feira, o dólar americano caiu à mínima em dez meses frente ao dólar australiano.
Frente a outras moedas, como a libra esterlina, o dólar americano avançava 0,2%, a US$ 1,3627, no maior nível desde 8 de julho. E ante o euro, subia 0,3%, a US$ 1,1797, maior valor desde 3 de julho deste ano.
Dólar fraco ante moedas emergentes
William Castro Alves, Estrategista-Chefe da Avenue, analisa que o real se beneficia do cenário externo e da busca global por risco: “Se a gente analisar, o índice dólar DXY cai 1,5% e o dólar contra o real cai uns 3% em setembro. Desde o Jackson Hole, no final de agosto, quando Jerome Powell fala que abre espaço para corte de juros nos Estados Unidos, temos visto esse movimento de enfraquecimento do dólar, valorização das emergentes e ativos de risco performando muito bem.”
O especialista ressalta que o real nada mais é do que um ativo de risco, que da mesma forma as bolsas americanas desempenham máximas e outros ativos de risco performando bem, o real acaba mostrando isso também.
No entanto, enfatiza que esse movimento tem pouco a ver com o cenário interno, mas funciona como um reflexo do cenário externo.
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Mercado de trabalho abre espaço para corte de juros
Segundo Alves, os dados do mercado de trabalho americano foram decisivos para a percepção de desaceleração da economia.
“A gente viu dados do mercado de trabalho americano que mostraram números mais fracos, a revisão dos números do payroll dos últimos anos com 911 mil postos de trabalho a menos assustou, e tudo isso gera o sentimento de que a economia americana, ou especialmente o mercado de trabalho, não está tão forte quanto se imaginava.”
Segundo ele, a fraqueza abre espaço para cortes de juros: “Essa relativa fraqueza do mercado de trabalho aumentou e reforçou a visão de que a economia americana como um todo dá sinais de desaceleração, e isso só abre espaço para corte de juros. Se analisarmos desde o início de setembro, a gente vê uma forte queda nos yields dos títulos de dívida americano.”
Castro destacou também o comportamento das curvas de juros de longo prazo: “As curvas de juros têm fechado, tanto no de 1 ano, 2 anos, 3 anos, 5 anos, 10, até o de 30 anos tem fechado (…). Consequentemente, isso conversa com o dólar mais fraco.”