O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. A decisão unânime foi anunciada na tarde desta “super quarta” (17).
Foi a segunda manutenção seguida, encerrando de vez a sequência de sete altas consecutivas — terceira maior da história —, que levou a Selic ao seu maior nível desde 2006.
Além de pressões inflacionárias persistentes no Brasil, a decisão foi motivada por um cenário internacional incerto diante de tensões geopolíticas e indefinições na política econômica dos Estados Unidos, segundo o relatório.
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No cenário doméstico, a economia “segue apresentando, conforme esperado, certa moderação no crescimento, mas o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo”. A meta de inflação continua acima da meta de 3%.
O Banco Central (BC) também afirmou estar acompanhando os anúncios recentes do governo norte-americano sobre tarifas comerciais impostas ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política de Donald Trump, presidente dos EUA, impactam o país.
Por fim, como sinalizado anteriormente pelo próprio BC, a taxa de juros deve ser mantida no patamar de 15% ao ano por mais tempo, para avaliar os impactos acumulados pelas altas realizadas.
Mercado já esperava a decisão
A decisão era esperada por quase todo o mercado. A última projeção do Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), feita no dia 8 de setembro, projetava uma chance de quase 96% de manutenção (veja no gráfico abaixo).

Diferença entre juros do Brasil e dos EUA protegerá câmbio
A diferença entre as taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos irá proteger o câmbio até 2026, afirma o Departamento de Pesquisa Econômica (DPEc) do Banco Daycoval. Hoje, o diferencial de juros está em 6,6%.
Segundo o estudo, quando o diferencial entre as taxas está acima de 3,9%, tanto riscos políticos como fiscais internos tornam-se estatisticamente irrelevantes para o câmbio, enquanto os riscos externos têm impacto reduzido pela metade.
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A expectativa é de que o diferencial permanecerá elevado até o fim de 2025, já que o Federal Reserve (Fed) deve cortar juros duas vezes ainda neste ano, enquanto a taxa Selic tende a seguir em 15%.
O Daycoval, no entanto, faz um alerta: a partir do próximo ano, espera-se o início do ciclo de queda da Selic no Brasil, ao mesmo tempo em que se aproxima o período eleitoral de 2026.
Como a Selic afeta meus investimentos?
A taxa Selic é conhecida como a taxa básica de juros, influenciando diretamente a economia do país e a vida das pessoas, e serve, principalmente, para controlar a inflação do país.
Quando a taxa aumenta, ajuda a desacelerar a economia e controlar a inflação. Quando a taxa cai, a economia aquece e estimular o consumo no mercado.
A Selic também responde à porcentagem de juros que deve ser paga aos bancos quando você realiza um financiamento ou empréstimo. Além disso, ela está diretamente relacionada aos investimentos de renda fixa, impactando no valor que um investidor vai receber por algum título que adquiriu.









