O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos (EUA) cresceu 3,8% no segundo trimestre, em taxa anualizada, de acordo com a terceira estimativa divulgada pelo Departamento de Comércio nesta quinta-feira (25).
O dado superou a segunda estimativa, de 3,3%, e a primeira leitura, de 3%. O resultado também representou uma virada em relação ao primeiro trimestre, quando a economia registrou uma contração de 0,6%.
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Consumo e tecnologia puxam alta do PIB dos EUA
A revisão positiva da economia norte-americana foi impulsionada principalmente pelo consumo das famílias, que avançou 2,5% em termos anualizados. O número ficou acima da leitura anterior de 1,6% e também acima do crescimento de 0,6% registrado no primeiro trimestre.
Este trimestre também registrou um aumento relevante dos investimentos empresariais em propriedade intelectual, com destaque para tecnologias ligadas à inteligência artificial.
Apesar disso, os investimentos totais recuaram 13,8% após uma alta expressiva de 23,3% no primeiro trimestre. Já os gastos do governo caíram 0,1%, após queda de 1% no período anterior.
Importações e política comercial dos EUA
A queda das importações contribuiu para o crescimento do PIB no segundo trimestre. No início do ano, o movimento havia pesado negativamente, quando importadores estocaram produtos estrangeiros para se antecipar às tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump.
Esse efeito reduziu o resultado do primeiro trimestre, mas perdeu força no segundo. Com base nesse efeito, economistas avaliam que as leituras do PIB nos dois primeiros trimestres de 2025 foram influenciadas por grandes oscilações nas importações, o que dificulta a leitura precisa da saúde da economia.
Renda também cresce no trimestre
Outro indicador relevante, a Renda Interna Bruta (GDI, na sigla em inglês), também subiu 3,8% no segundo trimestre. O número, porém, foi revisado para baixo em um ponto percentual em relação à estimativa anterior, que apontava 4,8%.
Enquanto o PIB mede os gastos com bens e serviços, a GDI avalia a renda gerada e os custos incorridos na produção desses mesmos bens e serviços.
PIB dos EUA é revisado nos últimos 5 anos
O governo americano também revisou as contas nacionais desde o primeiro trimestre de 2020 até o primeiro trimestre deste ano.
O PIB do primeiro trimestre de 2025 foi revisto para uma contração de 0,6%, pior do que a queda de 0,5% reportada inicialmente.
Segundo analistas, o impacto das tarifas de importação pesou sobre os dados do início do ano, mas o fluxo de importações diminuiu no segundo trimestre, permitindo a recuperação.
Expectativas para o PIB do segundo semestre
Apesar do avanço no segundo trimestre, economistas projetam um cenário mais moderado para o restante do ano. A expectativa é de crescimento em torno de 1,5% no acumulado de 2025, limitado pela incerteza em relação à política comercial.
O Federal Reserve Bank de Atlanta estima que o PIB continuou a crescer em ritmo robusto no terceiro trimestre. A primeira estimativa oficial para esse período será divulgada no próximo mês.
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Inflação dos EUA medida pelo PCE
O Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 2,1% no segundo trimestre, acima da leitura anterior de 2%, mas abaixo dos 3,4% registrados no primeiro trimestre.
O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 2,6% na leitura final. O resultado representou aceleração em relação à segunda leitura (2,5%), mas desaceleração frente ao 3,3% do primeiro trimestre.