A inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,3% em agosto na comparação com julho, informou nesta sexta-feira (26) o Departamento do Comércio.
Em 12 meses, a alta foi de 2,7%, em linha com as expectativas do mercado. O PCE é o principal indicador de inflação monitorado pelo Federal Reserve (Fed) e serve de referência para as decisões sobre a taxa básica de juros nos EUA.
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Núcleo da inflação segue pressionado acima da meta
O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,2% no mês e 2,9% no acumulado de 12 meses, também dentro do esperado. Apesar da desaceleração observada nos últimos meses, o indicador segue acima da meta de 2% perseguida pelo Fed.
Segundo a Capital Economics, a alta de 0,23% no núcleo foi “um pouco mais forte do que o esperado”, mas ainda acima do ritmo compatível com a meta, estimado em cerca de 0,17% ao mês.
A consultoria destacou que, embora a taxa anualizada em seis meses tenha recuado para 2,5%, o núcleo permanece em 2,9% nas janelas de três meses e de 12 meses.
Consumo sustenta a economia americana
A Capital aponta que o resultado reforça o cenário de resiliência da economia dos EUA, com os gastos dos consumidores crescendo acima da renda pelo terceiro mês consecutivo. A consultoria projeta que o consumo no terceiro trimestre pode avançar até 3,3%, o que elevaria o PIB trimestral para cerca de 4%.
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Para a instituição, o desempenho atual reduz o risco de uma desaceleração brusca e mantém a previsão de que o Fed fará apenas um corte de juros nas duas reuniões restantes deste ano.
Pressões seguem acima da meta
Mesmo com sinais de moderação, a tendência subjacente da inflação permanece próxima de 3%, acima da meta oficial do banco central americano. Segundo o CIBC, o Fed ainda enfrenta dificuldades em equilibrar estabilidade de preços e pleno emprego.
“O Fed está falhando significativamente na estabilidade de preços em comparação com o pleno emprego”, afirmou Ali Jaffery, economista do CIBC, em nota. Ele destacou que as famílias de alta renda continuam gastando, o que pode forçar o banco central a reduzir os juros de forma mais lenta do que o mercado espera.