Os preços do café voltaram a subir no mercado futuro nesta sexta-feira (26) diante da forte redução dos estoques certificados e do consumo contínuo. A oferta restrita elevou as cotações do arábica negociado na Bolsa de Nova York (ICE) em 2% na média dos contratos para dezembro.
Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, a combinação entre consumo elevado, produção limitada e estoques reduzidos funcionam como um “tripé clássico” para a formação de preços mais altos no setor.
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Confira a análise na íntegra:
Estoques de café em níveis historicamente baixos
De acordo com relatório de mercado, os estoques certificados de café da ICE caíram 21.756 sacas em um único dia, para 579.961 sacas. O volume é considerado muito baixo: em setembro de 2021, havia mais de 2 milhões de sacas armazenadas.
No Brasil, a situação também preocupa. Os estoques domésticos estão reduzidos e a próxima safra só deve ganhar força entre junho e julho de 2026. Até lá, não há expectativa de grande recomposição de oferta no mercado global.
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A forte demanda, que segue firme mesmo com preços mais altos, encontra uma produção ainda incapaz de acompanhar o ritmo do consumo. Esse desequilíbrio sustenta a tendência de alta no mercado, tanto para o arábica em Nova York quanto para o robusta negociado em Londres, que encerrou a sessão a US$ 4.199 por tonelada.
Com o café sendo vendido em toneladas na Bolsa de Londres, há expectativa de que a ICE adote padrão semelhante para facilitar a conversão de contratos, atualmente cotados em sacas de 60 quilos.
Milho e soja enfrentam pressões diferentes
Enquanto o café sobe, o milho segue pressionado pelo avanço da colheita nos Estados Unidos, que aumenta a oferta e reduz o apetite dos compradores.
A retirada temporária do imposto de exportação pela Argentina também favoreceu grandes compras de grãos pela China, reforçando o excesso de oferta global.
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A soja tenta manter suporte em US$ 10,14 por bushel, com risco de queda caso esse patamar seja rompido. A demanda chinesa por derivados, como farelo e óleo de soja, segue elevada.
Boi recua com consumo fraco no Brasil
O mercado do boi gordo segue pressionado pela demanda interna fraca. Mesmo com a suspensão das tarifas de exportação na Argentina — que inclui carne bovina —, os preços voltaram a recuar no Brasil.
A valorização do real compensou a alta dos preços internacionais em dólar, reduzindo a competitividade das exportações brasileiras.