O avanço da colheita de grãos nos Estados Unidos e a oferta elevada no mercado global pressionaram as cotações da soja e do milho no primeiro pregão da semana nesta segunda-feira (29).
A abundância de grãos, somada ao aumento das exportações, eleva as chances de novas quedas nas próximas semanas e aumenta a atenção dos investidores para o comportamento da demanda internacional.
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A análise é de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, que avalia que o cenário de forte produção deve continuar influenciando o mercado de grãos e manter a tendência de preços mais baixos no curto prazo. Confira a análise na íntegra:
Soja perto de romper barreira dos US$ 10 por bushel
O contrato da soja segue pressionado e se aproxima de um nível considerado técnico importante. A cotação ronda próximo de US$ 10 por bushel, e o aumento da oferta pode levar o preço a romper esse patamar.
A abundância de produto resulta diretamente do avanço da colheita americana, que segue em ritmo acelerado e com volumes acima das expectativas em algumas regiões.
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O milho segue trajetória semelhante. Com produção estimada em cerca de 457 milhões de toneladas nos Estados Unidos, considerando colheita e estoques remanescentes, a pressão sobre os preços permanece forte.
Exportadores norte-americanos estão aumentando os embarques para escoar o excedente, o que reforça a tendência de mercado.
Exportações de grãos crescem e ampliam pressão sobre os preços
As exportações de milho dos Estados Unidos somaram 1,527 milhão de toneladas na última semana de setembro, acima dos 1,385 milhão da semana anterior. No acumulado da safra atual, o volume já atinge 5 milhões de toneladas, ante 3,35 milhões no mesmo período do ciclo anterior.
A soja, por sua vez, apresenta desempenho mais tímido. Os embarques cresceram de 1,9 milhão de toneladas para 2,2 milhões na comparação anual, um aumento considerado modesto diante da oferta global.
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Petróleo recua com Opep+ e acordo em Gaza
O petróleo também registrou queda, com o contrato do Brent para dezembro negociado a US$ 67,09 — queda de 3% —, após declarações da Opep+ indicando manutenção da oferta elevada. A movimentação reflete a lógica de mercado conhecida como “sobe no boato, cai no fato”, comum em períodos de alta volatilidade.
Além disso, os contratos futuros caíram após o anúncio de um plano de paz para Gaza — que prevê arranjos de governança, segurança, econômicos e humanitários. Se for aceita pelo Hamas, proposta de paz prevê a devolução de todos os reféns em até 72 horas.
Boi ganha força e pode manter tendência de alta
No mercado pecuário, o boi gordo mostra sinais de tração positiva, aproximando-se do patamar de R$ 300 por arroba. O movimento pode indicar o início de uma tendência de alta, segundo Gioielli.
Apesar disso, a forte oferta de milho e a expectativa de equilíbrio do mercado a partir do próximo ano, com a entrada em operação de novas refinarias, ainda devem influenciar as cotações dos grãos e a dinâmica dos preços no agronegócio.