O Ibovespa encerrou o terceiro trimestre com um avanço acumulado de 21,6% em 2025, renovando recorde e superando os 147 mil pontos. Estudo inédito da MZ Group com empresas com ações na Bolsa mostra como Brasil virou uma alternativa para investidores globais.
A MZ Group, que fornece tecnologia e inteligência para áreas de Relações com Investidores (RI), observou o comportamento de 302 companhias listadas em Bolsas — B3, NYSE, Nasdaq ou TSX — e mostrou que 62,1% delas tiveram desempenho positivo até setembro.
De acordo com os dados fornecidos pela FactSet e coletados no dia 1º de outubro, a MZ observou que das empresas em alta, 22,3% subiram entre 25,1% e 50%, enquanto 14,6% delas avançaram entre 50,1% e 100%. Já o total de empresas que viram as suas ações dobrarem de valor somou 6,3%, segundo o estudo.
Para COO da MZ Group, Cássio Rufino, as ações brasileiras se colocam como uma alternativa de diversificação, para quem buscava mais retorno, em meip à turbulência global.
Um dos setores em destaque desde o início do ano, o de educação, segue voando e conta com a Cogna (COGN3), com a maior alta da Bolsa no período (214,7%).
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Fatores para o avanço das ações do Ibovespa
Em contato com o Monitor do Mercado, Rufino afirmou que o avanço das ações brasileiras está atrelado a uma soma de fatores, principalmente externos, uma vez que o país não está “fazendo a lição de casa”, o que poderia destravar ainda mais valor do mercado.
Entre os principais fatores citados para explicar o estágio do mercado brasileiro estão:
- ausência de compromisso do governo atual com reformas estruturais e ajustes fiscais mantém o mercado andando de lado;
- ruídos externos em meio a atritos com Donald Trump;
- percepção de que o dólar pode não ser mais um porto seguro;
- baixa avaliação do governo brasileiro.
Cogna lidera entre as ações da B3
Apesar de liderar a Bolsa brasileira como um todo com o seu crescimento de 214,7%, a Cogna não está sozinha entre os avanços expressivos no setor de educação. Nos nove primeiros meses do ano, Ser Educacional (SEER3) e Ânima (ANIM3) também dobraram de valor (158,7% e 120,8%, respectivamente).
Considerando todos os índices da B3, a COGN3 está acompanhada de Helbor Empreendimentos (HBOR3) e Moura Dubeux (MDNE3) entre as três maiores altas.

Já no Ibovespa, principal índice brasileiro, outras três companhias fecharam o período com avanços acima de 100%. C&A (CEAB3), Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).
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Índices além do Ibovespa em alta
Além do Ibovespa, outros índices da B3 também fecharam o período de nove meses com resultados positivos, todos acima de 20%.
O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) registrou 27,8% de alta, enquanto o Índice Small Cap (SMLL) avançou 27,3%. O Índice de Ações com Governança Diferenciada (IDIVERSA) teve valorização de 24,9% e o IBRX-100 subiu 21,1%.
Analisando por setores, 14 dos 20 segmentos tiveram mais da metade de suas empresas com performance positiva nas ações até setembro. O destaque foi o setor de Seguros, onde 100% das cinco empresas analisadas tiveram desempenho positivo no período.
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Petrobras e Vale lideram em valor de mercado e liquidez
Em termos de valor de mercado — a soma do preço de todas as ações de uma empresa —, a Petrobras (PETR4) foi a companhia com o maior valor entre as listadas no Ibovespa nos primeiros nove meses.
Já a Vale (VALE3) liderou a lista das companhias do Ibovespa com a maior média de volume diário negociado no mesmo período. O volume médio diário negociado é uma métrica que indica a liquidez do ativo, representando o valor financeiro médio das transações diárias.
No exterior, o Nubank (NU) foi a companhia com o maior valor entre as listadas na NYSE/NASDAQ nos primeiros nove meses, totalizando R$ 321,3 bilhões, segundo a MZ. A fintech também liderou em liquidez, com ampla margem para a segunda colocada XP (R$ 3,9 bilhões vs. R$ 652,5 milhões)
Stone lidera valorização no exterior
Em termos de desempenho no mercado americano, a ação com o melhor retorno nos primeiros nove meses de 2025 foi a Stone (STNE), que alcançou 105,3% de variação positiva. A cotação dos papéis STNE saltou de R$ 49 no final de 2024 para R$ 100,7 em 30 de setembro de 2025.
Outras companhias listadas na NYSE/NASDAQ também apresentaram variações notáveis, como a Vasta Platform (VSTA), com 96,9%, e o Banco Inter (INTR), com 91,4% de valorização.
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Rufino aponta que o estudo ajuda investidores a avaliar a relação risco-retorno em diferentes setores, evitando decisões superficiais baseadas apenas no recorte isolado de um trimestre.
Um dado que, na visão do executivo, reforça esse pensamento é: entre janeiro e setembro, as empresas com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões tiveram desempenho positivo em 87,5% dos casos, enquanto aquelas avaliadas em menos de R$ 1 bilhão concentraram as perdas (59,2%).