O dólar acelerou o ritmo nesta terça-feira (7) e fechou o dia em alta de 0,74%, a R$ 5,35. A moeda americana se fortaleceu no exterior, enquanto cresciam as preocupações com o impacto fiscal das mudanças na Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) retirou a taxação de apostas esportivas (“bets”) e a tributação de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA). Com as alterações, a previsão de arrecadação caiu para R$ 17 bilhões, R$ 3 bilhões abaixo da estimativa inicial.
Após o fechamento do mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a projeção de arrecadação em R$ 17 bilhões para 2026 e disse esperar aprovação do texto ainda nesta terça-feira. Segundo ele, “houve concessões mútuas” nas negociações com o Congresso.
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O real foi a moeda com pior desempenho entre as divisas latino-americanas e teve a segunda maior queda entre emergentes, atrás apenas do florim húngaro.
Parte da perda é atribuída à correção dos ganhos do dia anterior, quando a moeda brasileira reagiu positivamente à conversa por telefone entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Em outubro, o dólar sobe 0,51% frente ao real, após ter recuado 1,83% em setembro. No ano, ainda há desvalorização acumulada de 13,43%.
Dólar se valoriza no exterior
O cenário internacional também pressionou as moedas emergentes. O Índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, subiu mais de 0,5%, para 98,63 pontos. A alta reflete um movimento global de aversão ao risco, impulsionado por incertezas fiscais em grandes economias. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
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Na Europa, a renúncia do primeiro-ministro francês Sébastien Lecomu, defensor de cortes de gastos, enfraqueceu o euro. No Japão, o iene caiu cerca de 1% diante das expectativas de que a nova líder do Partido Liberal Democrata, Sanae Takaichi, adote uma política fiscal mais flexível.
A paralisação parcial (shutdown) do governo dos Estados Unidos, que já dura sete dias, também contribui para o fortalecimento do dólar.