O dólar disparou nesta sexta-feira (10), fechando em alta de 2,39%, a R$ 5,50 — maior valor de fechamento desde 5 de agosto. A alta foi impulsionada por um cenário de aversão ao risco no exterior, com novas tensões entre EUA e China, e por preocupações com o aumento das despesas públicas no Brasil.
O real teve o pior desempenho entre as moedas de países emergentes e exportadores de commodities. A queda veio em um dia de recuo de cerca de 4% nas cotações do petróleo e aumento da percepção de risco político e fiscal no Brasil.
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Segundo analistas, a preocupação com medidas de cunho populista do governo aumentou após a derrota da Medida Provisória (MP) 1.303, que substituía o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), e o lançamento de uma nova política de crédito imobiliário.
Na semana, a o dólar avançou 3,13%, ampliando a valorização de outubro para 3,39%. No ano, as perdas frente ao real diminuíram para 10,95%.
Governo estuda pacote de R$ 100 bilhões
Durante a manhã, a notícia de que o governo prepara um pacote de R$ 100 bilhões para 2025 elevou ainda mais a pressão sobre o câmbio. Entre as medidas estudadas estão a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, distribuição gratuita de gás de cozinha, bolsas do programa Pé-de-Meia e isenção na conta de luz para 17 milhões de famílias.
O pacote depende de aprovação no Congresso e enfrenta resistência da oposição, que já mira as eleições de 2026. Para o mercado financeiro, as medidas aumentam o risco de descumprimento da meta fiscal do próximo ano.
Tensão entre EUA e China amplia busca por proteção
No exterior, os investidores reagiram à fala do ex-presidente Donald Trump, que afirmou estar avaliando um “grande aumento de tarifas” sobre produtos chineses, em resposta a restrições da China à exportação de terras-raras — insumos estratégicos para a indústria de tecnologia.
A tensão comercial provocou queda nas bolsas e valorização de ativos considerados mais seguros, como ouro e títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries).
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O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, chegou a cair mais de 0,5%, operando abaixo dos 99 mil pontos. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Esse movimento é conhecido como “fuga para a segurança” — quando investidores abandonam ativos de risco e buscam proteção em moedas e ativos mais estáveis.