O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,1% em agosto na comparação com julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio ligeiramente acima da expectativa mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava estabilidade. Esse foi o sétimo mês consecutivo de alta do setor, acumulando ganho de 2,6% desde fevereiro.
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Na comparação com agosto de 2024, o avanço foi de 2,5%, já descontados os efeitos da inflação. Em 12 meses, o setor registra crescimento de 3,1%.
Serviços seguem sustentando a economia
De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE, o setor mantém uma trajetória positiva mesmo em um contexto de desaceleração da economia. “Embora a taxa de 0,1% esteja próxima da estabilidade, o resultado se soma a seis meses anteriores de avanço”, afirmou.
A receita bruta nominal do setor subiu 0,6% frente a julho e 7% em relação a agosto do ano anterior. Quatro das cinco atividades pesquisadas registraram crescimento, com destaque para serviços prestados às famílias (+1%), profissionais, administrativos e complementares (+0,4%), transportes (+0,2%) e outros serviços (+0,6%). Já os serviços de informação e comunicação recuaram 0,5%.
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Análises apontam resiliência, mas com sinais de acomodação
Para Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, o setor de serviços segue em expansão, mas em ritmo mais moderado. “O resultado reforça o cenário de crescimento com moderação, em meio à desaceleração da indústria e do comércio varejista”, avaliou.
Com o desempenho de agosto, a XP manteve sua previsão de alta de 0,2% para o PIB do terceiro trimestre e crescimento de 2,1% para 2025. Segundo Margato, o resultado pode refletir os efeitos do pagamento de precatórios, que deram impulso pontual à demanda.
Santander vê impulso fiscal e resiliência do mercado de trabalho
Economistas do Santander Brasil destacaram que o crescimento de agosto foi impulsionado pelos serviços prestados às famílias, embora alguns segmentos — como informação e transporte aéreo — tenham mostrado volatilidade.
Eles afirmam que a atividade deve desacelerar gradualmente, acompanhando os efeitos do aperto monetário, mas ainda apoiada por um mercado de trabalho forte e estímulos fiscais recentes. O banco projeta alta de 0,2% para o PIB no terceiro trimestre e crescimento de 2% em 2025.
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Serviços seguem menos afetados pelos juros
Segundo o economista Maykon Douglas, o setor de serviços tem se mostrado o mais resistente aos juros altos, que prejudicam o consumo dependente de crédito. “O índice de difusão está abaixo da média histórica, o que indica que o crescimento está menos disseminado”, avalia.
Douglas aponta, porém, que a desaceleração da economia começa a afetar o setor, embora em menor intensidade que na indústria e no varejo.









