Apesar da cautela do mercado com a escalada das tensões comerciais entre China e Estados Unidos (EUA) que pesou sobre as bolsas globais, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, se manteve próximo da estabilidade, encerrando o pregão desta terça-feira (14) em leve queda de 0,07%, aos 141.682 pontos.
A volatilidade foi impulsionada por declarações do presidente Donald Trump de que poderia encerrar relações comerciais com a China em alguns setores, como de óleo de cozinha e outros do comércio. O presidente norte-americano disse que os EUA devem ser cautelosos com a China, pois o país “gosta de tirar vantagem das pessoas”.
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As bolsas dos EUA encerraram a sessão sem direção única e o dólar perdeu força, fechando o pregão em leve alta de 0,14%, negociado a R$ 5,47.
Em destaque no Ibovespa, a Petrobras registrou leve queda de 0,06% (ON) e 0,69% (PN), enquanto a Vale manteve a estabilidade em meio à queda nos preços do minério de ferro na China.
No mercado financeiro, o desempenho foi misto, com destaque para Bradesco (BBDC4), que fechou o dia em alta de 1,42%.
No cenário internacional a sessão desta quarta-feira (15) inicia com os mercados globais otimistas com as próximas decisões de política monetária dos EUA.
Em seu discurso na véspera, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, trouxe maior alívio ao mercado ao sinalizar a possibilidade de que, apesar do apagão estatístico devido ao shutdown, o Banco Central pode continuar cortando os juros ainda neste ano. A dirigente do Fed Michelle Bowman defendeu mais dois cortes ainda em 2025.
No entanto, pesa a incerteza com a escalada das tensões entre os EUA e a China em ritmo de “morde e assopra”. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um discurso dúbio, no qual ao mesmo tempo em que ameaça o gigante asiático com novas tarifas, sinaliza a possibilidade de acordo comercial e diz que “vai ficar tudo bem com a China.”
Trump disse considerar novas restrições comerciais contra o governo chinês, alegando que o país asiático não tem cumprido as compras de soja previstas em acordos anteriores.
No Brasil, as questões fiscais seguem no radar, após o governo adiar a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para a próxima terça-feira (21), em busca de medidas para compensar a derrubada da Medida Provisória (MP) alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em busca de soluções, durante a audiência da CAE do Senado nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse considerar a taxação de “BBBs” (bancos, bets e bilionários).
Hoje Haddad se reúne com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir sobre as receitas que ficaram de fora com a queda da MP do IOF e possíveis medidas alternativas para aumentar a arrecadação.
Também nesta quarta-feira, o Senado vota hoje o PL que exclui R$ 1,2 bi da meta fiscal, envolvendo gastos do Fundo Social destinados a educação e saúde e despesas financiadas com empréstimos internacionais.
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Manchetes desta manhã
- De olho em 2026, STF pode endurecer regras para impeachment de ministros (Valor)
- Apagão serve de alerta para problemas estruturais do setor elétrico (O Globo)
- Governo Lula articula com bancos socorro de R$ 20 bi aos Correios (Folha)
- MP liga gestores de fundos da Faria Lima a negócios com o PCC (Estadão)
- Senado vota hoje projeto que exclui R$ 1,2 bilhão da meta fiscal (Valor)
Mercado global segue otimista sobre juros dos EUA
As Bolsas da Europa se recuperam de perdas da semana impulsionadas pelo otimismo sobre os juros dos EUA, com destaque para a Bolsa de Paris após o premiê Sébastien Lecornu ceder à pressão da esquerda e prometer suspender uma polêmica reforma previdenciária até depois das eleições de 2027.
Na Ásia, os índices se recuperam das perdas da véspera com impulso das ações de tecnologia e otimismo do mercado sobre os juros dos EUA.
A Bolsa de Xangai fechou em alta de 1,22%, enquanto em Hong Kong, o índice Hang Seng teve ganhos de 1,84% e em Tóquio, o Nikkei subiu 1,78%. O destaque da sessão foi o índice Kospi, na Coreia do Sul, que registrou uma valorização de 2,68%
Em Nova York, os índices futuros avançam impulsionados por resultados corporativos fortes e pelo otimismo com possíveis cortes de juros pelo Fed após as declarações de Jerome Powell na véspera.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,6%
• FTSE 100 -0,5%
• CAC 40 +2,4%
• Nikkei 225 +1,8%
• Hang Seng +1,8%
• Shanghai SE Comp. +1,2%
• MSCI World +0,3%
• MSCI EM +1,9%
• Bitcoin -0,5% a US$ 112470,06
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Commodities
- Petróleo: preços ficam perto da estabilidade à espera de dados sobre os estoques. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um excedente de oferta global em 2026 (superávit de até 4 mi de bpd), o que se soma às renovadas tensões comerciais entre os EUA e China, com potencial de reduzir a demanda.
O Brent/dezembro cai 0,06%, cotado a US$ 62,35 e o WTI/novembro sobe 0,07%, a US$ 58,74 - Minério de ferro: fechou em queda de 1,46% em Dalian, na China, cotado a US$ 108,96/ton.
Em Singapura, os contratos futuros recuam 0,11%, cotados a US$ 105,05/ton e o mercado à vista avança 0,10%, cotado a US$ 105,60/ton.
Cenário internacional destaca temporada de balanços nos EUA
Nos EUA, a agenda econômica destaca a divulgação do Livro Bege, às 15h, que servirá como parâmetro para o Fomc do dia 29.
Ao longo do dia, também estão previstos mais discursos dos membros do Fed, como Raphael Bostic, Christopher Waller e Michael Schmid.
No setor corporativo, a temporada de balanços do terceiro trimestre traz como destaques os resultados do Bank of America e do Morgan Stanley.
As ações do Walmart subiram 5%, após anúncio de parceria com a OpenAI para permitir que clientes comprem produtos via ChatGPT.
Cenário nacional segue de olho no fiscal e movimentos dos EUA
No Brasil, o mercado acompanha os movimentos dos Estados Unidos em sua relação comercial com a China, prevendo possíveis impactos para o mercado doméstico.
Na agenda do dia, o IBGE informa dados sobre as vendas no varejo de agosto. Hoje também vencem as opções sobre o Ibovespa na B3.
Na agenda política, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton José Schneider David, participa às 11h de evento em Washington.
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Destaques no mercado corporativo
- Vale: informou que pagará juros remuneratórios das debêntures incentivadas, no valor de R$ 199 milhões.
- Hapvida: aprovou programa de recompra de até 20 milhões de ações.
- Telefônica Vivo: pagará R$ 380 milhões em juros sobre capital próprio.
- Petrobras: recebeu pedido do Ibama para detalhar plano de emergência e proteção à fauna no licenciamento da Foz do Amazonas.
- B3: informou que o volume médio diário de ações negociado em setembro caiu 0,4%.
- Spotify e Netflix: fecham parceria para oferecer podcasts em vídeo na plataforma de streaming a partir de 2026 nos EUA, ainda sem data definida para o Brasil.
