O otimismo com novos cortes de juros nos Estados Unidos (EUA) após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, impulsionou os índices globais nesta quarta-feira (15), inclusive o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, que encerrou o pregão em alta de 0,65%, aos 142.603 pontos, retomando o patamar dos 142 mil pontos.
Powell sinalizou a possibilidade de continuidade do ciclo de cortes este ano, apesar da falta de dados oficiais devido ao shutdown nos EUA, que já dura três semanas.
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A expectativa de corte de juro derrubou o dólar, que fechou em leve queda de 0,14%, a R$ 5,46, em meio à busca de investidores por ativos de risco.
Em destaque no Ibovespa, a Petrobras teve queda relevante de 1,40% (ON) e de 0,90% (PN) com a baixa do petróleo. Já a Vale, ação de maior peso no índice, terminou a sessão com ganhos de 1,86%, apesar da queda do minério de ferro na China.
No setor financeiro o desempenho foi misto, com destaque negativo para Banco do Brasil, que recuou 1,84% com a notícia de que poderia financiar ao lado da Caixa Econômica o processo de reestruturação dos Correios.
No mercado internacional, as apostas de mais cortes dos juros americanos prevalecem sobre os ruídos em torno da guerra comercial entre os EUA e a China, que enfrenta uma nova escalada antes do encontro presencial entre os líderes das maiores economias globais.
Na agenda desta quinta-feira (16), discursos de membros do Fed devem endossar as apostas sobre os juros e trazer um diagnóstico sobre o mercado de trabalho americano.
No Brasil, em meio às tensões entre EUA e China, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reúne com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para definir a agenda do futuro encontro entre o presidente Lula e Donald Trump.
Enquanto isso, as preocupações fiscais continuam no radar, com grande expectativa pelas medidas de ajuste que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad levou a Lula.
Sem R$ 35 bilhões para o orçamento de 2026 após a derrota na MP do IOF, o governo busca um plano emergencial para recuperar as receitas perdidas e evitar o agravamento da crise.
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Manchetes desta manhã
- Baixa contribuição dos trabalhadores por conta própria impõe desafio à Previdência (Valor)
- Trump autoriza ação secreta da CIA na Venezuela e não descarta ataque (O Globo)
- Operação mira fraudes em 200 postos de combustíveis e elo com PCC na Bahia (Folha)
- CPI do INSS vota requerimento de convocação de irmão de Lula e quebras de sigilo de Lupi (Estadão)
- Crédito dos EUA acende alerta no mercado após casos de default (Valor)
Mercado global otimista com juros dos EUA e techs
As Bolsas da Europa têm desempenho misto com investidores acompanhando os resultados corporativos e os movimentos dos EUA na guerra comercial com a China.
Na Zona do Euro, o superávit comercial caiu para 1 bilhão de euros em agosto, uma queda significativa em relação aos 3 bilhões de euros registrados no mesmo mês do ano anterior.
Na Ásia, os índices tiveram desempenho positivo na maioria das praças, com a boa performance das ações de tecnologia.
Na sessão, destaque para a Coreia do Sul, onde o índice Kospi subiu 2,59% diante do otimismo do país em relação a um acordo comercial com os EUA.
Em Taiwan, o índice Taiex ganhou 1,36% com as ações da TSMC, que projeta crescimento de receita e aumento da previsão de investimentos. Em Tóquio, o Nikkei fechou em alta de 1,33% com apoio das ações do Sofbank Group, que disparou com alta de mais de 8%.
O destaque negativo ficou com as praças chinesas, com Shenzhen em queda de 0,25% e Hong Kong com perdas de 0,09%.
Em Nova York, os índices futuros sobem impulsionados pelos fortes resultados corporativos em Wall Street, que levaram os investidores a deixar em segundo plano as recentes tensões comerciais entre EUA e China.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,4%
• FTSE 100 -0,1%
• CAC 40 +0,8%
• Nikkei 225 +1,3%
• Hang Seng -0,1%
• Shanghai SE Comp. +0,1%
• MSCI World +0,2%
• MSCI EM +0,9%
• Bitcoin +0,3% a US$ 111489,75
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Commodities
- Petróleo: os preços seguem em alta após Donald Trump afirmar que a Índia deve encerrar as compras de petróleo da Rússia, o que pode afetar o fluxo global da commodity.
O Brent/dez sobe 0,45%, cotado a US$ 62,19/barril e o WTI/nov avança 0,53%, a US$ 58,58. - Minério de ferro: fechou em queda de 0,90% em Dalian, na China, cotado a US$ 108,55/ton.
Em Singapura, os contratos futuros sobem 0,14%, cotados a US$ 105,05/ton e o mercado à vista recua 0,24%, cotado a US$ 105,40/ton.
Cenário internacional em alerta sobre tensão entre EUA e China
Nos EUA, os investidores seguem acompanhando uma série de discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed) ao longo do dia, como Michelle Bowman, Michael Barr e Christopher Waller.
No contexto do shutdown, o Senado americano vota pela décima vez nesta quinta-feira uma medida para financiar o governo e encerrar a paralisação iniciada em primeiro de outubro.
Segundo declaração do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent à CNBC, a paralisação está prejudicando a economia do país em US$ 15 bilhões por dia.
No setor corporativo, estão previstos para hoje os resultados do Bank of New York Mellon e Charles Schwab. Ontem, o Bank of America registrou alta de 23% no lucro líquido e o resultado do Morgan Stanley saltou 44%.
No Brasil, o cenário fiscal segue no radar
No Brasil, a equipe econômica estuda retomar pontos da MP do IOF por meio de um projeto de lei, incluindo o aumento do imposto sobre apostas esportivas (“bets”) e um novo reajuste do IOF.
Também estão em análise a taxação de fintechs e cortes de gastos, embora o governo negue que as medidas já estejam definidas.
Na agenda do dia, destaque para a divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia mensal do PIB. A previsão do BTG Pactual é de alta mensal de 0,70% e anual de 0,60%.
Na agenda política, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton José Schneider David, participa de evento pela manhã. Às 15h30, o presidente Lula participa de reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM).
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Destaques no mercado corporativo
- Petrobras: prestou ao Ibama todos os esclarecimentos necessários sobre as pendências no licenciamento exploratório do bloco FZA-M-59 na bacia da Foz do Amazonas.
- Klabin: Firmou contrato de financiamento de US$ 150 milhões em modalidade “Term Loan”, com pagamento previsto entre o quinto e o sétimo ano, reforçando a estrutura de capital.
- Tim: Antecipará para 21 de outubro o pagamento de R$ 684 milhões em dividendos complementares, equivalente a R$ 0,2826 por ação, beneficiando acionistas antes do prazo inicial.
- Eneva: Registrou geração de 4.053 GWh no terceiro trimestre, desempenho estável frente ao mesmo período de 2024, refletindo consistência operacional nas usinas térmicas.
- Marfrig: O JPMorgan elevou sua fatia na companhia de 4,76% para 5,03%, sinalizando aumento da confiança institucional no papel.









