A movimentação política nos Estados Unidos volta a influenciar o mercado global de commodities nesta quinta-feira (23). As incertezas em torno das medidas do governo Donald Trump e a falta de dados oficiais sobre produção e exportação no país aumentam a volatilidade nos preços da soja, do café e do milho.
A indefinição sobre o possível acordo entre Estados Unidos e China afeta diretamente as perspectivas da oleaginosa, que também enfrenta um cenário climático adverso no Brasil. A Casa Branca confirmou para amanhã (24) entre o Republicano e o presidente chinês, Xi Jinping.
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Além disso, o petróleo registrou alta superior a 5%, após divulgação de estoques americanos abaixo do esperado e das sanções dos EUA ao petróleo russo. Esse movimento influenciou a valorização do óleo de soja, devido à sua ligação com o biodiesel.
A análise é de Guto Gioielli, analista e fundador do Portal das Commodities, que avalia os impactos das condições políticas e meteorológicas sobre o desempenho das principais commodities agrícolas. Confira a análise na íntegra:
Clima seco e incerteza política influencia a soja
A soja segue sob pressão por dois fatores: o clima seco no Centro-Oeste brasileiro e as dúvidas sobre a política comercial norte-americana.
O governo dos Estados Unidos permanece parcialmente paralisado, o que impede a divulgação de dados sobre colheita, área plantada e exportações — indicadores fundamentais para a formação de preços globais.
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Segundo Gioielli, a falta de chuvas em estados como Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais é a mais grave dos últimos 20 anos.
Em algumas regiões, choveu apenas 34 milímetros entre setembro e 22 de outubro, segundo dados da Earth Daily, empresa de monitoramento por satélite. Esse volume é muito inferior à média histórica de 132 milímetros para o período.
O analista explica que, se as chuvas demorarem a se regularizar, o atraso no plantio pode comprometer não apenas a safra de soja de 2026, mas também o calendário do milho safrinha, que depende da colheita da oleaginosa para ser plantado.
Café: risco de correção com chuvas e acordo comercial
O mercado de café, que vinha operando em alta, registrou forte correção diante da previsão de retorno das chuvas nas regiões produtoras. Gioielli observa que, se a precipitação se confirmar entre o fim de outubro e o início de novembro, o café pode continuar caindo, revertendo parte dos ganhos recentes.
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Além do clima, o café também está exposto a possíveis mudanças políticas. Caso um eventual acordo comercial entre o governo brasileiro e Donald Trump elimine as tarifas sobre o produto, os preços podem cair ainda mais, aproximando-se da faixa de US$ 330 por libra-peso.
Milho e boi tem movimentos divergentes
O milho apresentou forte queda nas últimas sessões, reflexo da valorização do real e da ampla oferta. Já o boi gordo mostra sinais de recuperação, com frigoríficos elevando as ofertas para recompor escalas de abate.
Dados do Cepea apontam negócios entre R$ 310 e R$ 315 por arroba em São Paulo, enquanto os pecuaristas resistem a vender abaixo de R$ 320. Segundo Gioielli, o movimento pode indicar início de virada no ciclo pecuário, após meses de pressão sobre os preços.









