O consumo nos lares brasileiros cresceu 2,79% em setembro, na comparação anual, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgados nesta quinta-feira (23).
Na comparação com agosto, houve recuo de 0,94%, reflexo da sazonalidade do período. No acumulado do ano, o avanço é de 2,67%, alinhado à projeção da entidade de crescimento de 2,7% em 2025.
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De acordo com o vice-presidente da Abras, Márcio Milan, o desempenho mensal foi influenciado pelo calendário — agosto teve um fim de semana a mais — e pelo aumento do consumo associado ao Dia dos Pais, que impulsionou as vendas no terceiro trimestre.
Os dados são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e abrangem todos os formatos de supermercados.
Mudança no comportamento do consumidor
O levantamento da Abras mostra que, entre os produtos básicos, houve migração para itens de preço médio, cuja participação passou de 46,3% para 55,2%. Já os produtos de preço baixo recuaram de 51,6% para 42,4%.
Em categorias como mercearia, perecíveis industrializados e higiene e beleza, também houve aumento da participação de produtos mais caros. Segundo Milan, esse movimento está relacionado à melhora gradual da renda e ao mercado de trabalho mais aquecido.
A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) caiu para 5,6% no trimestre encerrado em agosto, a menor desde 2012.
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Renda extra impulsionou as compras
Em setembro, o consumo foi estimulado pelo pagamento do Bolsa Família, que destinou R$ 12,96 bilhões a 19 milhões de famílias, além de liberações de R$ 2,5 bilhões em RPVs do INSS e R$ 1 bilhão em restituições residuais do Imposto de Renda.
A Abras prevê um ambiente favorável para o consumo nos próximos meses, com reforço de renda vindo do abono salarial PIS/Pasep (R$ 1,5 bilhão) e do programa Gás do Povo (R$ 3,57 bilhões), além do 13º salário.
“Com a chegada das datas promocionais, como o Dia dos Supermercados (12 de novembro), a Black Friday e as festas de fim de ano, o consumo tende a se manter em ritmo de crescimento até dezembro”, afirma Milan.
Cesta de consumo volta ao nível de dezembro de 2024
O Abrasmercado, indicador que mede o preço médio de 35 produtos essenciais, caiu 0,64% em setembro, marcando a quarta queda consecutiva. O valor da cesta passou de R$ 804,85 para R$ 799,70, aproximando-se do patamar de dezembro de 2024 (R$ 794,56).
No acumulado de 12 meses, a variação é de 8,15%. Segundo Milan, o recuo reflete a melhora da oferta agrícola e o clima favorável, que reduziram os custos dos alimentos.
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Itens como arroz (-2,14%); açúcar refinado (-0,99%); feijão (-0,63%); e leite longa vida (-0,45%) recuaram, enquanto o óleo de soja (+3,57%) e a margarina cremosa (+0,90%) subiram.
Entre as proteínas, houve queda nos preços de ovos (-2,84%); frango (-1,23%); e carne bovina dianteiro (-0,29%). Já os produtos in natura apresentaram recuos expressivos: tomate (-11,52%); cebola (-10,16%); e batata (-8,55%).
A maior retração regional ocorreu no Sul (-0,74%), seguida do Centro-Oeste (-0,60%) e Nordeste (-0,55%).









