Comprar um carro não é apenas uma despesa, mas um investimento, e a escolha de modelos com alta liquidez e baixa depreciação pode significar uma economia de milhares de reais na hora da troca. O segredo da valorização dos carros usados no Brasil reside na combinação de confiabilidade mecânica, baixo custo de manutenção e alta procura no mercado de seminovos.
Quais são as marcas que garantem a menor depreciação no mercado?

A menor depreciação é, de fato, um indicativo da confiança do consumidor na marca e no modelo. Historicamente, as montadoras japonesas, como a Toyota e a Honda, lideram o ranking de menor desvalorização no Brasil. Seus veículos são amplamente reconhecidos pela durabilidade do conjunto mecânico, o que reduz o risco de gastos inesperados para o comprador de carros usados.
No segmento de hatchbacks e sedãs compactos, a Hyundai também se consolidou. Modelos como o Hyundai HB20 e HB20S (versão sedã) frequentemente aparecem entre os que menos perdem valor. Além disso, a Fiat, com seu domínio nas picapes, e a Chevrolet, com hatchbacks de entrada, também demonstram força considerável no mercado de seminovos.
Consequentemente, a reputação de robustez e a ampla rede de assistência técnica dessas marcas ajudam a manter a alta demanda e, por consequência, o valor de revenda dos carros.
Por que a Toyota e a Honda se destacam entre os sedãs?
O Toyota Corolla é um dos exemplos mais claros de valorização constante no mercado de carros usados. A fama de “inquebrável” e o baixo custo de manutenção transformaram o modelo em um ativo altamente líquido. Mesmo versões mais antigas do Corolla retêm um alto percentual de seu valor original.
De maneira similar, o Honda Civic e, mais recentemente, o Honda City, mantêm índices de depreciação baixíssimos. Esses sedãs são apreciados pela qualidade do acabamento, dirigibilidade e tecnologia, que envelhecem bem. Muitas análises de mercado apontam o Toyota Corolla como o sedã médio com a menor taxa de depreciação do país.
É importante notar que, com a alta procura por eficiência, os modelos híbridos usados da Toyota, como o próprio Corolla Hybrid, estão se valorizando ainda mais, mantendo uma retenção de valor superior às suas versões a combustão, segundo dados recentes.
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Quais utilitários e picapes mantêm o preço na revenda?
O segmento de utilitários esportivos (SUVs) e picapes é um dos mais aquecidos em termos de valorização. O Jeep Compass se consolidou como um dos SUVs mais valorizados, devido à sua popularidade e ao mix de conforto e design robusto. Já o Honda HR-V e o Volkswagen Nivus também se destacam por sua baixa desvalorização na categoria de SUVs compactos.
No universo das picapes, a história se repete com a Fiat Strada e a Toyota Hilux. A Strada é o veículo mais vendido do Brasil, o que garante liquidez imediata. Por sua vez, a Hilux é a picape com menor depreciação na categoria média, graças à sua performance off-road e durabilidade lendária. A novidade RAM Rampage também já demonstra excelente retenção de valor no segmento de picapes intermediárias.
A tabela abaixo resume os modelos que historicamente apresentam as menores taxas de depreciação no primeiro ano, um forte indicador de valorização futura:
| Segmento | Modelo com Menor Depreciação (Exemplo) | Taxa Média de Depreciação (1º ano)* | Fator Chave de Valorização |
| Sedã Médio | Toyota Corolla | 4,7% | Confiabilidade, Manutenção Barata |
| Picape Compacta | Fiat Strada | 6,0% | Liderança de Vendas, Versatilidade |
| SUV Compacto | Honda HR-V | 7,7% | Qualidade de Construção, Tecnologia |
| Hatch Compacto | Chevrolet Onix / Hyundai HB20 | 8,0% / 2,02% | Alto Volume de Vendas, Custo-Benefício |
Dados compilados de estudos de desvalorização e valor de revenda de veículos seminovos no Brasil. As taxas variam conforme a versão, o ano e o estado de conservação.
Por que os carros que saíram de linha podem valorizar?
Um fenômeno interessante no mercado de carros usados é a valorização de alguns modelos que saíram de linha, como o Volkswagen Gol. A alta demanda por carros de entrada confiáveis, econômicos e com manutenção acessível mantém o preço de modelos consagrados. O Gol e o Ford Ka (que também saiu de linha), por exemplo, continuam sendo best-sellers no mercado de usados, o que gera uma escassez e, consequentemente, uma valorização do modelo.
Ao escolher um seminovo, a confiança na marca e a facilidade de encontrar peças de reposição e mão de obra especializada são fatores mais importantes do que a tecnologia de ponta. Portanto, veículos com mecânica simples e grande volume de vendas tendem a ser um investimento mais seguro.









