O trânsito “anda-e-para” das grandes cidades é o maior inimigo do tanque cheio. Muitos motoristas culpam o preço do combustível, mas ignoram o quanto a tecnologia do motor impacta o consumo. Encontrar carros que consomem menos combustível na cidade, portanto, exige olhar além do design.
Quais os 1.0 mais econômicos?
Os motores 1.0 aspirados são, tradicionalmente, campeões de economia em baixa velocidade. Modelos como o Renault Kwid e o Fiat Mobi dominam essa lista há anos. Sua leveza e a simplicidade mecânica ajudam a manter o consumo baixo em trajetos curtos.
Contudo, modelos mais modernos, como o Volkswagen Polo MPI e o Hyundai HB20 1.0, também apresentam excelentes médias. O Chevrolet Onix 1.0 aspirado segue sendo uma escolha popular, pois equilibra economia e conforto. Esses veículos provam que um projeto eficiente é fundamental para o uso urbano.

Como os híbridos economizam na cidade?
A tecnologia híbrida é onde a maior economia urbana realmente acontece. Modelos como o Toyota Corolla Híbrido e o Corolla Cross utilizam o motor elétrico justamente nas arrancadas. Esse é o momento em que um carro a combustão tradicional mais gasta combustível.
Além disso, o sistema regenerativo recarrega a bateria durante as frenagens, algo muito comum no trânsito urbano. Isso significa que o motor a combustão fica desligado por mais tempo no “anda-e-para”. Marcas como a BYD e a GWM também trouxeram opções híbridas com foco total nessa eficiência.
O motor turbo gasta mais no trânsito?
Existe um mito de que motores turbo (como os TSI ou T-GDI) sempre gastam mais, mas isso não é uma regra. Quando o motorista dirige suavemente, o motor 1.0 turbo trabalha em baixa rotação, muitas vezes sendo mais eficiente que um 1.6 aspirado. O torque maior em baixa rotação exige, afinal, menos esforço do motor.
Por outro lado, o consumo do turbo é muito sensível ao estilo de direção. Se o motorista “pisar fundo” constantemente para sentir a potência, o consumo urbano certamente disparará. Portanto, a economia do turbo depende mais do motorista do que a do aspirado.
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O que mais afeta o consumo urbano?
Escolher um dos carros que consomem menos combustível é apenas o primeiro passo para a economia. A manutenção do veículo, por exemplo, tem um impacto direto nos gastos. Pneus descalibrados ou velas de ignição velhas aumentam o esforço do motor e, consequentemente, o consumo.
O uso do ar-condicionado é outro fator crítico, pois pode aumentar o consumo em até 10% no trânsito pesado. Além disso, o peso extra desnecessário carregado no porta-malas também força o motor. O próprio estilo de condução, com acelerações e frenagens bruscas, é o maior vilão da eficiência.

Vale a pena o carro elétrico na cidade?
Para quem busca a economia máxima no uso urbano, os carros 100% elétricos (EVs) são imbatíveis. O custo do “abastecimento” elétrico por quilômetro rodado é drasticamente inferior ao da gasolina ou etanol. Modelos elétricos compactos, como o Renault Kwid E-Tech ou o BYD Dolphin, são exemplos dessa nova realidade.
Contudo, o investimento inicial ainda é significativamente mais alto que o de um carro 1.0 a combustão. A decisão, portanto, deve considerar a quilometragem diária rodada e a infraestrutura de recarga disponível. A longo prazo, no entanto, a economia no “combustível” elétrico e na manutenção reduzida costuma compensar o valor de aquisição.









