O Itaú (ITUB4) registrou lucro líquido gerencial de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre, alta anual de 11,2% e dentro do que o mercado projetava. O resultado manteve o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) em 23,3%, o maior entre os bancos privados do país.
Apesar do número positivo, a falta de surpresas no balanço divulgado após o fim do pregão desta terça-feira (4) provoca a queda das ações ITUB4 nesta manhã. Às 11h, os papéis caem 1,08%, aos R$ 39,53.
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Expansão da carteira e estabilidade na inadimplência
A carteira de crédito total alcançou R$ 1,4 trilhão, crescimento de 7,5% em 12 meses (sem efeito cambial). O avanço foi impulsionado pelas linhas de crédito imobiliário e cartões.
Entre pessoas físicas, o volume de crédito subiu 6,5%, para R$ 456 bilhões, enquanto o financiamento imobiliário cresceu 15%, atingindo R$ 137 bilhões.
Nas micro, pequenas e médias empresas, a carteira somou R$ 278 bilhões, alta de 7,5% em um ano. Já o crédito para grandes companhias chegou a R$ 438 bilhões, avanço de 9,4%.
Mesmo com a expansão, o índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 1,9%, indicando manutenção da qualidade dos ativos.
Linhas importantes do Itaú no trimestre
As receitas com prestação de serviços e seguros somaram R$ 11,73 bilhões entre julho e setembro, alta de 7,1% em um ano.
Os cartões de crédito responderam por R$ 3,34 bilhões em receitas, com volume transacionado de R$ 230,5 bilhões. Já o resultado de seguros, previdência e capitalização subiu 17,8%, para R$ 2,97 bilhões.
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A área de administração de recursos também avançou, com R$ 1,87 bilhão em receitas (+9,9%). Por outro lado, as receitas de conta corrente de pessoa física caíram 20,3%, para R$ 710 milhões.
O Itaú revisou para cima a margem financeira com o mercado, que passou de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões para o intervalo entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões em 2025.
As demais projeções — crescimento da carteira entre 4,5% e 8,5%, aumento de 11% a 14% na margem com clientes e avanço de 4% a 7% nas receitas de serviços — foram mantidas.
O banco também reiterou o guidance de custo de crédito entre R$ 34,5 bilhões e R$ 38,5 bilhões e alíquota efetiva de IR/CS entre 28,5% e 30,5%.
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CEO prevê juros menores e defende cenário de crédito
O presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, afirmou que o banco vive um momento de “transformação acelerada”, com foco em digitalização e uso de inteligência artificial.
Ele destacou que o setor prefere operar com juros mais baixos, em resposta a comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre pressão dos bancos para manter a Selic elevada.
“Juros altos pressionam a inadimplência e reduzem o potencial de crescimento do crédito. Juros baixos são estruturalmente bons para todos”, afirmou o executivo, que projeta a taxa básica em 12,75% ao fim de 2026.
Itaú superou Petrobras em valor de mercado
Na última sexta-feira (31), o valor de mercado do Itaú ultrapassou o da Petrobras (PETR4), alcançando R$ 401,9 bilhões e a empresa passou a ser a mais valiosa da B3, segundo dados da consultoria Elos Ayta.
O desempenho reflete o avanço das ações do setor financeiro e a perda de valor da estatal do petróleo, que chegou a recuar mais de R$ 120 bilhões em capitalização ao longo do ano.
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Mercado vê resultado sólido
O Citi classificou o resultado do Itaú como “sólido”, destacando a rentabilidade consistente e a qualidade dos ativos. A instituição mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 43 para os papéis.
Já o Bradesco BBI apontou que o resultado ficou levemente acima das estimativas e destacou o potencial de distribuição de até R$ 31 bilhões em dividendos extraordinários, considerando o nível atual de capitalização.
O BTG Pactual ressaltou que os números vieram em linha com o que o Itaú vem apresentando desde 2023 e o manteve como o único entre os bancos tradicionais com recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 46.









