O mercado acionário vem apresentando volatilidade nesta sexta e opera perto da estabilidade. O ingresso de recursos externos sustenta o Ibovespa, mas o desempenho externo e o tom duro de um recente discurso de um membro do Fed reduzem a alta.
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O dólar comercial cai forte e se aproxima da casa de R$ 4,75, mantendo o desempenho da semana. A perspectiva de juros altos e a elevação das commodities seguem pressionando a moeda americana. Hoje, os juros caem, mesmo com o IPCA-15 acima do esperado.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que a fala do integrante do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), John Williams, mais hawkish [dura] sobre a taxa de juros mexeu com o mercado lá fora e aqui. “Ele afirmou que o aumento de 0,50 ponto percentual está na mesa, mas não informou a probabilidade de acontecer na próxima reunião em maio”. Alguns dirigentes têm defendido a elevação de 0,50 pp. já em maio.
O analista da Ouro Preto Investimentos comentou as commodities estão um pouco de lado e as ações de menor representatividade no índice estão com movimento positivo, como varejo e de tecnologia. “Os chamados papéis de segunda linha-que não são as blue chips- estão com bons fundamentos e com o tom mais otimista em relação aos juros porque vamos atingir o pico daqui a pouco e depois é só monitorar quando inicia o ciclo de queda, as empresas de tecnologia e mais expostas à Selic acabam se beneficiando”.
Mas cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), prévia da inflação, que subiu 0,95% em março. O mercado estimava avanço de 0,85%. É maior alta para o período desde 2015 (1,24%). “O mercado absorveu o resultado porque com o dólar e o petróleo em queda tira um pouco a pressão sobre a inflação”.
Os analistas da Sul América Investimentos comentaram, em relatório, que “a Bolsa deve contrariar o exterior e sustentar a trajetória de alta”. Na véspera o Ibovespa subiu 1,35% e ultrapassou os 119 mil pontos, registrados última vez há seis meses.
Para os analistas da Mirae Asset, “é difícil saber para quanto vai a taxa Selic no Brasil, até porque são desencontradas as opiniões sobre a extensão do conflito na Ucrânia e seus desdobramentos”. Roberto Campos Neto trabalha com o fim do ciclo em maio, a 12,75% ao ano(aa).
Veja como estava o mercado por volta das 13h25 (de Brasília):
IBOVESPA: 119.086 pontos (+0,02%)
DÓLAR À VISTA: R$ 4,759 (-1,53%)
DI JAN 2023: 12,715 (-1,01%)
DI JAN 2024: 11,975(-2,6%)
Dylan Della Pasqua / Agência CMA
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