A BrasilAgro (AGRO3) registrou prejuízo de R$ 64,3 milhões no primeiro trimestre do ano-safra 2025/26, encerrado em 30 de setembro. No mesmo período do ciclo anterior, a companhia havia apurado lucro de R$ 97,5 milhões. As informações são do balanço divulgado nesta quinta-feira (6)
A receita líquida totalizou R$ 286,6 milhões, queda de 37% na comparação anual. O recuo foi influenciado pela ausência de venda de fazendas, operação que havia contribuído com R$ 129,3 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.
O Ebitda ajustado — indicador que mede o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização — somou R$ 64,3 milhões, uma redução de 62% em relação ao ano anterior.
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Considerando apenas a atividade agrícola, o Ebitda ajustado operacional também ficou em R$ 64,3 milhões, com margem de 21%, ligeiramente superior à registrada no ciclo anterior.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 40,1 milhões, contra estabilidade observada um ano antes. O desempenho foi afetado pela reavaliação dos recebíveis de vendas de fazendas realizadas em anos anteriores. Esses valores são corrigidos conforme o preço de mercado da soja, que caiu de R$ 140,29 para R$ 128,48 por saca entre junho e setembro.
Segundo o diretor financeiro, Gustavo Lopez, revisões em contratos de arrendamento também contribuíram para o ajuste. “O trimestre está muito influenciado por estimativas que não representam saída de caixa. Quando olhamos só a operação, estamos dentro do planejado, com exceção da cana”, disse.
Geada afeta produtividade da cana
A cultura de cana-de-açúcar teve desempenho mais fraco devido a geadas tardias em Brotas (SP). A empresa precisou antecipar a colheita, reduzindo o teor de açúcar (ATR) e a produtividade.
O impacto estimado foi entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões no trimestre. “A geada atingiu áreas ainda em formação. Se não colhe, a cana perde qualidade”, afirmou o diretor-presidente, André Guillaumon.
Soja e milho apresentam margens positivas
Na soja, o volume vendido aumentou 11%, para 63,2 mil toneladas, com margem bruta de 30%. A companhia optou por reter parte das vendas para o segundo semestre, buscando melhores prêmios de exportação.
“Nós deixamos de vender soja num momento de prêmio negativo e carregamos estoque para vender com prêmio positivo. Isso melhorou o preço médio realizado”, explicou Guillaumon.
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No milho, a margem bruta ficou em 20%, favorecida pela redução de custos e pelos preços mais altos em relação ao mesmo período do ano anterior.
Endividamento da BrasilAgro segue controlado
A dívida bruta da BrasilAgro encerrou o trimestre em R$ 895 milhões. Com R$ 236,2 milhões em caixa, a dívida líquida foi de R$ 658,8 milhões.
Considerando os recebíveis de fazendas já vendidas, a dívida líquida ajustada caiu para R$ 7,1 milhões — o equivalente a 0,04 vez o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses.









