O investidor Michael Burry, conhecido por prever a crise financeira de 2008 e retratado no filme A Grande Aposta (The Big Short), voltou a atacar as grandes empresas de tecnologia com críticas às métricas de avaliação.
O gestor de fundos de hedge, que atualmente aposta contra duas das ações mais populares do mercado ligadas à inteligência artificial (IA), Nvidia e Palantir, afirmou que a Meta Platforms e a Oracle estão “extremamente supervalorizadas”.
Conforme aponta a publicação do Marketwatch, em uma publicação recente na rede social X, Burry analisou os cronogramas de depreciação dos ativos de rede e computação das maiores companhias de tecnologia do mercado: Meta, Alphabet, Oracle, Microsoft e Amazon.
Segundo ele, todas depreciam esses equipamentos em um período de cinco a seis anos. Para o investidor, esse intervalo é excessivo e mascara a realidade contábil dessas empresas.
“Subestimar a depreciação ao estender artificialmente a vida útil dos ativos aumenta artificialmente os lucros — é uma das fraudes mais comuns da era moderna”, escreveu Burry.
Ele pontua ainda que elevar massivamente o capex com compra de chips e servidores da Nvidia em ciclos de produto de 2 a 3 anos não deveria resultar na extensão da vida útil dos equipamentos de computação.
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Em paralelo, Burry argumenta que os investimentos bilionários feitos pelas gigantes de tecnologia em infraestrutura de IA, especialmente em servidores e chips da Nvidia, não deveriam permitir a manutenção de prazos tão longos de depreciação.
Michael Burry vê lucros inflados em gigantes de tecnologia
Segundo cálculos de Burry, o uso de cronogramas de depreciação mais longos pode fazer com que os lucros dessas empresas fiquem superestimados em cerca de US$ 176 bilhões entre 2026 e 2028. Ele estima que os ganhos da Oracle estejam inflados em 27% e os da Meta em 21%.
O investidor afirmou ainda que pretende divulgar detalhes completos de sua análise até o fim deste mês.
As críticas fazem parte de uma série de ataques recentes de Burry ao setor de tecnologia, especialmente às empresas ligadas ao avanço da inteligência artificial.
O gestor tem se posicionado de forma cética em relação à sustentabilidade das valorizações recentes dessas companhias, que vêm acumulando fortes ganhos na Bolsa desde 2023.
Mercado de chips: avanço rápido e uso prolongado
Apesar do argumento de Burry sobre a rápida obsolescência dos chips, a Nvidia (NVDA), uma das empresas contra as quais ele mantém apostas de queda, junto com a Palantir (PLTR), ainda vê forte demanda por versões mais antigas de seus produtos.
A companhia lançou este ano o chip Blackwell e deve apresentar a linha Vera Rubin no próximo ano.
Ainda assim, modelos lançados há anos continuam em uso, como o A100, de 2020, que segue sendo empregado amplamente tanto nos Estados Unidos quanto na China.
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O CEO da CoreWeave (CRWV), Michael Intrator, reforçou essa tendência em conversa com analistas nesta segunda-feira (10) ao dizer que a demanda por tecnologia de nuvem para IA continua robusta em todas as gerações de GPUs.
O executivo citou que um cliente da CoreWeave renovou contrato para continuar utilizando os chips H100, lançados em 2022, por um preço apenas 5% menor que o do contrato original, demonstrando que os chips mais antigos continuam economicamente relevantes.









