O volume de serviços prestados no Brasil aumentou 0,6% em setembro, na comparação com agosto, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12).
Essa é a oitava alta consecutiva, com ganho de 3,3% no período e renovando o recorde da série histórica. Com o resultado de setembro, o setor opera 19,5% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
Já na comparação com setembro de 2024, houve alta de 4,1%, marcando 18 taxas positivas consecutivas, enquanto no acumulado do ano, o crescimento é de 2,8%, e em 12 meses, de 3,1%.
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O economista Maykon Douglas salienta o avanço de 0,9% do setor de serviços no terceiro trimestre, em relação ao anterior.
Mesmo os serviços às famílias, que caíram na margem, apresentaram melhora quando se considera a média trimestral anualizada, de -3,8% em agosto para apenas -0,3% em setembro, segundo o especialista.
Transportes lideram avanço do setor de serviços
Três das cinco atividades pesquisadas tiveram crescimento na passagem de agosto para setembro. O destaque foi o setor de transportes, que subiu 1,2% e acumulou ganho de 1,5% em dois meses, impulsionado principalmente pelo transporte rodoviário de cargas.
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o transporte tem sido o principal motor da expansão recente: “O grande destaque é a renovação do ápice da série histórica, agora em setembro de 2025. O setor de transportes tem sido o grande responsável por essa sequência de taxas positivas”, afirmou.
Lobo também destacou o avanço do transporte aéreo de passageiros, beneficiado pelo aumento da renda e pela redução média no preço das passagens, e da logística de cargas, impulsionada pelo crescimento do comércio eletrônico.
Desempenho de outros setores de serviços
A apuração do desempenho de outros setores revela que a área de informação e comunicação cresceu 1,2%, revertendo a queda de 0,5% registrada em agosto, com destaque para consultoria e tecnologia da informação, enquanto outros serviços avançaram 0,6%, impulsionados por seguros e previdência complementar, além dos planos de saúde.
Por outro lado, os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,6%, afetados pela menor receita de aluguel de máquinas e atividades jurídicas.
Já os serviços prestados às famílias caíram 0,5%, influenciados pela redução de receita em restaurantes.
Turismo mantém leve alta e se aproxima do pico histórico
O índice de atividades turísticas variou 0,1% em setembro, acumulando o segundo resultado positivo consecutivo, com ganho de 1,1% nos últimos dois meses. Com esse resultado, o segmento se posiciona 11,5% acima do nível pré-pandemia, mas ainda 2% abaixo do pico da série, em dezembro de 2024.
Regionalmente, 10 dos 17 estados pesquisados tiveram avanço, com destaque para Rio Grande do Sul (2,7%), Paraná (2,0%), São Paulo (0,2%) e Pará (4,9%). Já o Rio de Janeiro liderou as perdas, com queda de 0,6%.
No transporte, o volume de passageiros cresceu 0,4%, acumulando alta de 0,8% em dois meses, e está 10,3% acima do nível pré-pandemia.
De acordo com Lobo, a alta do transporte rodoviário de cargas é determinante para a sustentação do setor. O segmento avançou 0,7% no mês em seu quinto resultado positivo seguido, e acumula ganho de 3,1%, operando 39,7% acima do nível de fevereiro de 2020.
“Há uma correlação direta do aumento da receita das empresas de transporte de cargas, especialmente o rodoviário, com o escoamento da safra agrícola”, explicou.
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Maykon Douglas avalia que os serviços continuam sendo o setor menos afetado pelo atual quadro de desaceleração da economia doméstica.
Para o economista, esse fator ocorre “não apenas pela resiliência dos setores em geral, embora o percentual de atividades em alta esteja um pouco abaixo da média histórica, mas também pela retomada do segmento de transportes desde o mês de abril”, considerando que os juros altos têm pesado sobre a economia em geral, mas o setor tem surpreendido.









