Empresas investem milhões em sensores e máquinas na Indústria 4.0, mas acabam afogadas em dados que não sabem usar. Na verdade, o dado bruto não tem valor algum. Por isso, a habilidade de ouro mais disputada hoje não é a de gerar dados, mas sim a de transformá-los em decisões estratégicas.
O que é essa habilidade na prática?
Estamos falando da Ciência de Dados aplicada diretamente ao chão de fábrica. Basicamente, o profissional com essa habilidade usa softwares e estatística para analisar o volume massivo de informações que a automação gera. Por exemplo, ele identifica gargalos na produção antes que eles aconteçam.
Além disso, este especialista otimiza o uso de matéria-prima e prevê falhas em equipamentos, viabilizando a manutenção preditiva. Dessa forma, a empresa economiza milhões e ganha eficiência. Portanto, esse analista é o tradutor oficial entre os dados da máquina e o lucro do negócio.

Quem pode atuar nessa área?
Esta não é uma área restrita a um único curso. Embora muitos venham da Engenharia ou Ciência da Computação, a demanda absorve talentos diversos. Na verdade, economistas e estatísticos também se destacam, desde que desenvolvam as competências técnicas necessárias.
O essencial é a habilidade analítica e o domínio de ferramentas específicas. Justamente por isso, as empresas buscam quem sabe programar em Python ou R. Ademais, o conhecimento em bancos de dados e softwares de visualização, como o Power BI ou Tableau, é fundamental.

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Qual a remuneração na Indústria 4.0?
A remuneração é alta porque faltam profissionais qualificados para a demanda industrial. O valor de R$ 8.000 mensais é, de fato, uma média comum para o nível pleno (profissionais com 3 a 5 anos de experiência). Contudo, os salários variam bastante conforme o setor e a região.
O resumo das faixas salariais no Brasil para análise de dados industriais pode ser visto abaixo:
| Nível / Experiência | Faixa Salarial Mensal (BRL) |
| Analista de Dados (Júnior) | R$ 3.500 – R$ 6.000 |
| Analista de Dados (Pleno) | R$ 6.000 – R$ 9.000 |
| Cientista de Dados (Sênior/Especialista) | R$ 10.000 – R$ 16.000+ |
Onde estão as principais oportunidades?
As vagas não estão apenas em startups de tecnologia. Pelo contrário, as indústrias tradicionais lideram a contratação. Por exemplo, o setor automotivo e o agronegócio (Agro 4.0) usam dados para otimizar toda a cadeia de suprimentos e a operação de maquinário pesado.
Grandes manufaturas, especialmente em polos industriais como São Paulo ou o Sul do Brasil, também competem por esses talentos. Afinal, qualquer empresa que investe em automação precisa, inevitavelmente, de alguém para analisar os resultados dessa automação.









