O sonho de dirigir o próprio veículo representa liberdade, mas a burocracia e os custos elevados transformaram a primeira habilitação em um desafio financeiro para muitos brasileiros. Em 2025, no entanto, o cenário começa a mudar drasticamente com a aprovação de leis federais que flexibilizam o processo e criam alternativas gratuitas para quem mais precisa, prometendo a maior reformulação do sistema em décadas.
O que muda com a Lei 15.153/2025?
A principal novidade legislativa deste ano é a Lei 15.153, sancionada recentemente, que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para facilitar o acesso à Carteira Nacional de Habilitação. A grande vitória para os motoristas foi a confirmação do uso de recursos arrecadados com multas de trânsito para financiar a CNH Social em todo o território nacional, dando respaldo legal para que os Detrans estaduais ampliem seus programas de gratuidade.
Outro ponto que gerou muita discussão foi o exame toxicológico para as categorias A e B. Embora o Congresso tenha aprovado inicialmente a obrigatoriedade para todos, o presidente Lula vetou essa exigência para motos e carros de passeio. Portanto, em 2025, o teste de drogas continua obrigatório apenas para motoristas das categorias C, D e E, mantendo o processo mais simples e barato para os iniciantes.

A autoescola deixou de ser obrigatória?
Talvez a notícia mais aguardada seja a proposta do Ministério dos Transportes para desburocratizar a formação de condutores. O governo federal avançou com uma consulta pública para permitir que a parte teórica do curso seja feita de forma 100% digital e autodidata, sem a necessidade de frequentar as salas de aula dos Centros de Formação de Condutores (CFCs).
Além disso, discute-se a possibilidade de instrutores independentes credenciados ministrarem as aulas práticas. Se implementada integralmente ainda este ano, como prevê o ministro Renan Filho, essa medida pode reduzir os custos da habilitação em até 80%, quebrando o monopólio das autoescolas tradicionais e permitindo que o cidadão escolha como quer aprender.
Passo a passo atualizado para a 1ª Habilitação
Com a digitalização avançando, o processo se tornou menos presencial. A abertura da pauta agora pode ser feita diretamente pelo aplicativo da Carteira Digital de Trânsito ou pelo portal Gov.br, eliminando filas desnecessárias nos órgãos de trânsito.
Após o cadastro inicial, o candidato deve seguir a trilha de exames e aulas. A seguir, veja a lista com a ordem correta das etapas exigidas:
- Realização de exames de aptidão física e avaliação psicológica em clínicas credenciadas;
- Curso teórico de legislação (presencial ou remoto) e aprovação na prova escrita;
- Emissão da Licença de Aprendizagem de Direção Veicular (LADV);
- Cumprimento da carga horária de aulas práticas de direção;
- Aprovação no exame prático de direção veicular.
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Quais os custos estimados para este ano?
Os valores variam significativamente dependendo do estado e da adoção das novas regras de flexibilização. Em regiões onde a obrigatoriedade da autoescola ainda é rígida, os preços continuam salgados, pressionados pelos custos operacionais das empresas. Já nos cenários mais otimistas, com a desregulamentação, o valor cai vertiginosamente.
Na tabela abaixo, veja um comparativo estimado dos custos médios no Brasil:
| Etapa / Serviço | Custo Médio Tradicional (R$) | Custo Estimado com Flexibilização (R$) |
| Taxas Estaduais (Detran) | R$ 400 – R$ 600 | R$ 400 – R$ 600 |
| Exames Médicos | R$ 250 – R$ 350 | R$ 250 – R$ 350 |
| Curso Teórico | R$ 300 – R$ 500 | R$ 50 – R$ 100 (Online) |
| Aulas Práticas | R$ 1.500 – R$ 2.000 | R$ 400 – R$ 600 (Instrutor Indep.) |
| Total Estimado | R$ 2.450 – R$ 3.450 | R$ 1.100 – R$ 1.650 |

Quem tem direito à gratuidade total?
Para quem não pode arcar com esses custos, a CNH Social é a saída definitiva. Com a nova lei federal, os critérios ficaram mais padronizados, embora cada estado tenha autonomia para lançar seus editais específicos. O foco central é a inclusão no mercado de trabalho, priorizando desempregados e jovens de baixa renda.
Para concorrer a uma vaga, o requisito básico é estar inscrito e com os dados atualizados no CadÚnico. A renda familiar per capita deve ser de até meio salário mínimo. Além disso, beneficiários do Bolsa Família têm prioridade automática na seleção na maioria dos estados, garantindo que o benefício chegue a quem realmente precisa da carteira para buscar emprego.







