A numismática brasileira revela que moedas aparentemente simples podem esconder pequenos tesouros em forma de metal. Uma peça específica de 10 centavos, datada de meados dos anos 90, tornou-se um dos itens mais procurados por colecionadores devido a um erro de produção híbrido e curioso.
Qual é a moeda de 10 centavos mais valiosa?
A moeda que atinge o patamar de R$ 500 não é uma peça comum, mas sim a famosa “Moeda Mula” (ou híbrida) de 1995. Este erro grotesco ocorreu quando a Casa da Moeda utilizou acidentalmente o cunho (molde) do anverso da moeda de 5 centavos para estampar o disco da moeda de 10 centavos.
Como as duas moedas tinham tamanhos parecidos na época, a falha passou despercebida em um pequeno lote. O resultado é uma peça única: ela tem o valor de 10 centavos no reverso, mas a efígie da República no anverso é ligeiramente diferente e menor do que deveria ser no padrão oficial.

Como identificar a “Mula” de 1995?
A identificação exige um olhar clínico, pois a diferença está nos detalhes da borda e do desenho. Como o molde de 5 centavos era menor do que o disco de 10 centavos, a prensagem deixou uma borda larga e lisa sobrando ao redor da efígie, criando um aspecto de “prato fundo”.
Além disso, a imagem da República fica desproporcional ao tamanho da moeda. Se você encontrar uma moeda de 10 centavos de 1995 com uma borda muito espessa e um desenho que parece “flutuar” no meio com sobra de metal, você provavelmente tem essa raridade em mãos.
Os pontos de verificação para confirmar a autenticidade são:
- Ano: Obrigatoriamente 1995 (Aço Inox).
- Borda: Excessivamente larga e lisa no anverso.
- Efígie: Menor do que o padrão normal da moeda.
- Valor: R$ 300 a R$ 500 (dependendo da conservação).
A moeda da FAO de 1995 também é valiosa?
Sim, o ano de 1995 foi especial. Além do erro da “Mula”, houve a emissão da moeda comemorativa da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). Ela traz o desenho de mãos segurando uma planta, celebrando os 50 anos da organização.
Essa peça, mesmo sem erros, é naturalmente escassa. Se encontrada em estado “Flor de Cunho” (perfeita e sem uso), ela também pode ser negociada por valores entre R$ 150 e R$ 300, sendo uma das mais disputadas da primeira família do Real pelos numismatas.
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O erro de “Reverso Invertido” agrega valor?
Outro defeito clássico que valoriza a moeda de 10 centavos (especialmente as de 1994 e 1995) é o reverso invertido. As moedas brasileiras possuem eixo vertical; ao girá-las de baixo para cima, a imagem do outro lado deve permanecer em pé.
Se ao girar a moeda a imagem aparecer de cabeça para baixo, trata-se de um erro de eixo valioso. Embora não chegue aos R$ 500 da “Mula”, uma moeda de 10 centavos antiga com este defeito e em bom estado pode ser vendida facilmente por valores entre **R$ 80 e R$ 200**.

Onde consultar o padrão oficial das moedas?
Para identificar qualquer anomalia, é fundamental conhecer o design correto da peça. O Banco Central do Brasil (BCB) é a autoridade que define as características técnicas, como peso, diâmetro e as imagens oficiais de cada família do Real.
No portal da instituição, é possível acessar o histórico completo das emissões. O catálogo de moedas do BCB detalha o padrão da primeira família (aço inox), servindo como a régua oficial para que o colecionador compare e valide se sua moeda é uma variação rara ou apenas uma peça comum.









