Metade do orçamento de tecnologia das grandes empresas é desperdiçado em recursos de nuvem que ninguém usa ou monitora. O Analista de FinOps surge como o salvador financeiro, identificando esses gargalos invisíveis e cortando milhões em despesas operacionais. Essa função estratégica une TI e finanças, oferecendo salários altíssimos por um trabalho que poucos sabem que existe.
O que faz um Analista de FinOps?
O Analista de FinOps (Operações Financeiras) é o responsável por gerenciar e otimizar os custos de computação em nuvem. Ele monitora o consumo de servidores em plataformas como AWS, Microsoft Azure e Google Cloud, garantindo que cada centavo gasto traga retorno real. Portanto, ele atua como uma ponte vital entre a equipe de engenharia e o departamento financeiro.
Diferente de um contador tradicional, esse profissional entende tecnicamente como a infraestrutura digital funciona. Ele identifica servidores ligados sem uso, negocia contratos de longo prazo com provedores e implementa uma cultura de responsabilidade fiscal nos times técnicos. Consequentemente, sua atuação transforma o desperdício digital em lucro líquido imediato para a companhia.

Por que a remuneração é tão alta?
A matemática para contratar esse especialista é simples e extremamente vantajosa para as corporações. Um Analista de FinOps sênior pode reduzir a fatura mensal de nuvem de uma empresa em 20% ou 30%, o que representa milhões de reais ao ano em grandes operações. Sendo assim, pagar um salário de R$ 15.000 ou R$ 20.000 é um investimento barato comparado à economia gerada.
A escassez de profissionais qualificados no Brasil inflaciona ainda mais esses valores. Existem muitos especialistas em tecnologia e muitos especialistas em finanças, mas raríssimos profissionais dominam ambas as áreas simultaneamente. Por isso, quem possui essa competência híbrida dita o próprio preço no mercado de trabalho atual.
Quais habilidades são necessárias?
O perfil ideal combina o raciocínio lógico de um engenheiro com a visão analítica de um gestor financeiro. É necessário entender a arquitetura de nuvem para discutir com desenvolvedores, mas também dominar a criação de relatórios executivos para a diretoria. Além disso, a capacidade de negociação é crucial para alinhar interesses conflitantes dentro da empresa.
O resumo das informações pode ser visualizado na tabela a seguir, que compara as competências de TI tradicional com as de FinOps:
| Habilidade Tradicional (TI) | Habilidade de FinOps | Foco do Resultado |
| Manter o servidor ligado | Otimizar o custo do servidor | Eficiência Financeira |
| Performance a qualquer custo | Performance pelo menor custo | ROI (Retorno sobre Investimento) |
| Foco na entrega técnica | Foco na previsão de gastos | Previsibilidade Orçamentária |
| Relatórios de uptime | Relatórios de custo por unidade | Transparência Fiscal |

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Como entrar nesse mercado oculto?
Não existe uma faculdade específica para FinOps, o que torna a entrada acessível para profissionais de diversas áreas. Geralmente, a migração ocorre por engenheiros de software que gostam de gestão ou profissionais de finanças que estudam tecnologia. A certificação da FinOps Foundation é o principal carimbo de autoridade global para quem deseja atuar na área.
Para quem deseja iniciar, o caminho envolve o domínio das ferramentas de custo dos grandes provedores de nuvem. A seguir, veja os passos essenciais para se qualificar:
- Obter a certificação AWS Cloud Practitioner ou equivalente.
- Estudar os princípios da metodologia FinOps.
- Aprender ferramentas de visualização de dados como Power BI.
- Desenvolver habilidades de comunicação para dialogar com engenheiros.
O futuro da gestão de nuvem
A tendência é que a nuvem se torne cada vez mais complexa e cara, tornando o Analista de FinOps uma figura obrigatória em qualquer organograma. Com a adoção massiva de Inteligência Artificial, que consome muitos recursos computacionais, o controle de custos será uma questão de sobrevivência. Sem dúvida, é a profissão oculta mais promissora da década para quem gosta de números e tecnologia.


